Páginas

domingo, 11 de setembro de 2016

pensamentos perdidos - AS FLORES - parte 9 de 15

pensamentos perdidos - AS FLORES - parte 9 de 15


Lembranças de Henrique
Notei que se formaram duas sombras a nossa frente… Sombras que logo se foram apagando e, depois de algum tempo, tornaram a aparecer… e mais uma vez apagaram; mais uma vez apareceram… e aconteceu assim muitas vezes.
Eu fiquei esperando as sombras aparecerem pra observar as formas graciosas da sombra ao lado da minha. Eu senti algo estranho. Algo que me fez querer olhar mais e mais pra forma de mulher desenhada pelo sol no chão.
E, quando a sombra desapareceu, eu tentei buscá-la em ti. Tu passaste a mão nos teus cabelos negros que o vento, que só então percebi, empurrava pra frente, fazendo com que as pontas tocassem nos teus seios nus…
E, de repente, notei que as plantas ao lado do caminho, se curvavam em uma dança magnífica na mesma direção das inúmeras folhas e flores que passavam por nós. Eu olhei pra frente s só vi ramos indo ao longe, na mesma direção que eu não sabia aonde daria, mas que, simplesmente, era a direção do vento.
Eu lembro, Letícia, que em meio a todo aquele vento que ficava mais forte a cada instante, senti medo… medo, Elizabete… senti vontade de voltar pras minhas bolitas, pra minha árvore grande, pra uma casa que nem me lembro, pra infância que me abandonava…
O vento também fazia com que caminhasses mais rápido. E eu… eu até tentei parar, voltar, mas o vento lançava-me à frente como uma folha em tua direção…

Por Luís Augusto Menna Barreto















13 comentários:

  1. Bom dia!
    Menna, a complexidade da reflexão, proposta por Henrique, nos levar a pensar o elo permanente entre o natural e o humano, a existência de formas que se confundem e nos revelam através do olhar, aquilo que queremos ver...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande Roberto!! Saudade do amigo, que com sua generosidade, sempre encontra no texto, muito mais do que coloco!!!!

      Excluir
  2. Que momento difícil pra o Henrique!!!
    Muitas emoções novas, que ao mesmo tempo que o traz felicidade também em algum momento traz medo, vontade de voltar pra suas bolitas, lá pra sua área de conforto em que ele vivia antes, onde seu coraçãozinho estava em paz!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que foste exata, Armelinda.... ê o momento exato do conflito! Como ele lidará com isso....?

      Excluir
    2. Já estou ansiosa pelo desfecho. Espero muito que Henrique acerte nas decisões!!!!

      Excluir
  3. Lindo, porém complexo.
    Estaria, Henrique, falando de amor?

    ResponderExcluir
  4. Henrique quer voltar, mas o vento o impulsiona a seguir...vai Henrique vence teus medos e inseguranças, segue com o vento e ele te guiará.

    ResponderExcluir
  5. E chegam os conflitos... E Henrique, cheio de medos, quer voltar...., mas agora, é impossível o retorno...
    Vá Henrique, siga teu caminho...

    ResponderExcluir
  6. Encantadora a passagem em que as plantas se curvavam diante da passagem de Henrique. Uma reverência ao sentimento do personagem, eu penso.
    Mais belo do que isso, impossível.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quão obrigado fico, com a generosidade do teu olhar.......!!!
      Obrigado, Maria!

      Excluir

Bem vindo! Comente, incentive o blogue!