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domingo, 11 de outubro de 2020

Um Conto Sobre um Amor Guardado - parte 10


Parte 10


18 horas antes de chegar em casa naquela manhã em que o marido gritou com ela, ela escolhia laranjas. 

Era estranho, mas ainda não estava preocupada por, minutos antes, haver saído no início do que ela sabia que seria uma crise, por erros que ela própria cometera. Mas Sabia que não conseguiria concentrar-se no trabalho. Depois pensaria no tamanho do problema, depois pensaria nas explicações que deveria dar aos clientes, depois pensaria no que diria ao seu marido.

Naquele momento, tentava concentrar-se unicamente em escolher algumas laranjas. Não fazia idéia de quantas pegar. Olhou em volta… o mais variado tipo de pessoas, no entorno das gôndolas com frutas e verduras, empurrando carrinhos, algumas conversando, algumas em seus celulares… Um sentimento quase esquecido, trouxe-lhe um sorriso, por de repente achar que poderia pertencer àquele mundo. Agradeceu por ter tido coragem de novamente colocar jeans e All Star. 

Estava, ainda, com o saco plástico na mão, com oito ou nove laranjas, concentrada naquele sentimento que lhe parecia tão prosaico, mas, ao mesmo tempo, tão acolhedor. Foi despertada de seus pensamentos ao ouvir:

— Quantas pessoas você está pensando em convidar?

Involuntariamente, ela foi tomada de um susto. Ele sorria ao seu lado.

— Eu… eu acho que me distraí. — Ela disse sem jeito, mas se esforçando para parecer natural. Não sabia porquê estava fazendo aquilo, mas sabia que queria faze-lo. Parecia que as frases mais triviais dele, vinham com carinho. Ah!, como ela precisava daquilo!

— Bem, acho que podemos levar apenas duas, certo? 

— … claro… — Ela se sentiu deliciosamente tola ao não fazer idéia de quantas laranjas bastariam para duas pessoas fazerem um drink. Quando retirou quase todas as laranjas, deixando apenas duas, ele pegou da gôndola uma outra não tão madura e disse-lhe:

— Vamos fazer o seguinte: vamos levar apenas uma dessas duas que você já escolheu, e esta aqui, não tão madura. Assim, usamos essa hoje, e corremos menos risco de vermos a outra estragar, está bem? Onde está seu carrinho?

— Nossa, estou distraída demais… acho que eu esqueci de pegar.

— Tudo bem. Coloque no meu. Você quer ir para casa na frente? Eu ainda levo um tempo com o restante das compras, e passo, depois, para comprar as batatinhas. Você pode ir tomando banho, e quando chegar, eu preparo o drink.

— Não… quero ir com você. Eu gostaria que fossemos direto, hoje. Vamos deixar as batatinhas para outro dia… queria apenas ir logo.

Ele a olhou como ela nunca o fora antes olhada. Ela viu seu sorriso, que a atingia na alma… porque era realmente para ela. Por ela.

— Está bem. Vamos. Ainda preciso pegar leite, detergente…

De repente, ela se sentia feliz. Via-o examinar e comparar os preços entre os detergentes, entre os tipos de leite, procurar ofertas… fazia-o tão naturalmente, e, para ela, era algo tão impensável àquela altura da sua vida. Viu-o prestar atenção em cada preço que aparecia quando a operadora do caixa passava as compras. Viu-o contar o dinheiro e guardar com cuidado o troco, sem sequer recusar as moedas que ela jamais pensaria em aceitar de troco.

Quando saíram do supermercado, com ele levando as duas sacolas de plástico, andando lado a lado, fora o instinto dela que agiu… viu-se tocar na mão dele. Ele imediatamente colocou ambas as sacolas em uma das mãos e com a outra, entrelaçou os dedos dela. Ela sentiu arrepiar toda a sua pele, como se um anjo tivesse acabado de passar por ela. E ela notou a delicadeza e segurança com que ele pegou em sua mão, como se tivesse feito isso por todos os dias de sua vida.

Ela lembrou do carro, no estacionamento do supermercado, e quase hesitou. Mas não quis pensar. Não era momento de pensar. Apenas queria esticar aquele instante, o quanto pudesse. Ele a conduziu para um ponto de ônibus. Largou sua mão para pegar o passe no bolso. Quando apareceu um ônibus com cores meio avermelhadas, ele ficou bem mais atento, conduziu-a para mais perto do meio fio, e depois recuou. Antes que o ônibus parasse, ele perguntou:

— Você se importa de esperarmos o próximo? Acho que meu passe tem apenas mais duas passagens, e o próximo deve ser o do Vitor. Daí ele deixa passarmos juntos na roleta, com apenas uma passagem. Estamos adiantados, porque não fui pegar as batatinhas…

— Tudo bem…

Aquilo parecia tão distante… mas tão real para ela. Lembrou-se dos tempos de faculdade, antes de conhecer “o Corretor”, em que ainda andava de ônibus… lembrou-se que também se preocupava com o dinheiro da passagem, do lanche, do cinema… Onde ela esteve esse tempo todo? Sentiu-se como se houvesse dormido um longo sono, e estivesse de volta ao mundo real… a um maravilhoso mundo real. … ou estaria sonhando agora…? Quando iria acordar? Quando teria de enfrentar seu marido novamente? Não! Não era momento de pensar isso. Precisava ir adiante. Simplesmente precisava.

Não soube quanto tempo passou, perdida em seus pensamentos, até que aparecesse o próximo ônibus da linha. E, de repente, notou que esteve à vontade e sentiu-se acolhida durante todo o tempo em que ficara pensando, mesmo em silêncio. Como era possível ela se sentir tão à vontade, mesmo em silêncio, com aquele homem, que ela sequer lembrava e que descobrira que não via há mais de vinte anos?

Ela não hesitou para subir no ônibus, tendo aguardado pessoas entrarem antes, e havendo algumas pessoas depois… com alguma dificuldade, equilibrou-se, em pé, quando o ônibus retomou o movimento. Ele a envolvia, sempre, com um dos braços, como se cuidasse de protege-la e reparou que era algo natural para ele. 

— Fala Vitor! É… será que poderíamos passar juntos? Estou meio apertado esse mês! 

— Marcos! Você e essa gata? Finalmente tirou ela de casa?! Claro que pode! Mas só porque você defendeu o pênalti no último jogo! 

Ele a fez passar na frente, e espremeu-se com ela no mesmo espaço da roleta. Quando passaram, Vitor disse-lhe:

— É um prazer finalmente conhece-la! Mas agora eu entendo porque o Marcos nunca fica para a cerveja no final dos jogos da terça!

Ela parecia em um sonho. Estava com medo de acordar. Quase lhe vinham lágrimas nos olhos ao observar tudo tão vivo em sua volta. Tudo tão real. Enquanto estavam em pé, no ônibus, surpreendeu-se com uma senhora que, sentada, ofereceu-se para segurar em seu colo as compras que ele levava. Aquilo, que talvez fosse tão natural todos os dias, em todos os ônibus, uma gentileza tão trivial, que parecia fazer parte de uma espécie de “código de cortesia de pessoas de verdade” foi-lhe tão profundamente significativo. Depois, vagou um assento, e ele fez questão que ela sentasse. O rapaz sentado na janela, ao seu lado, logo levantou dizendo que desceria dali há duas paradas, e ofereceu para que sentassem juntos. Depois, um senhor que parecia mancar parou perto deles, em pé no corredor, e ela viu o movimento automático de Marcos ao oferecer seu lugar. Ele a deixou sentada ao lado do homem, mas admirou tanto o gesto, e buscava em sua memória quando teria sido a última vez que viu tantos gestos gratuitos de gentileza, e sequer conseguia lembrar!

Quarenta minutos depois, chegaram, já noite, na periferia, em um condomínio de vários prédios com vários apartamentos por andar. Enquanto caminhava de mãos dadas, novamente, com ele, observava os carros populares e motocicletas estacionados em vagas marcadas no chão. Crianças que corriam de bicicletas, jovens reunidos em bancos, conversando com a despreocupação própria da juventude. 

Subiu dois andares pelas escadas, porque havia uma placa que dizia “fora de operação” na porta do elevador. 

Então, somente quando ele colocou a chave na porta, ela realmente ficou apreensiva. De repente, um pensamento terrível passou-lhe pela cabeça: e se houver alguém aí dentro? E se ele for louco e tiver, já uma esposa? Dora havia dito que ele era apaixonado pela esposa. Mas Bel disse-lhe que a reconheceu na foto. Por um instante, seu coração voltou a acelerar, quase se sentiu tonta, nauseada… ficou um instante paralisada… E então, ele abriu a porta.


Luís Augusto Menna Barreto

29.8.2020

33 comentários:

  1. Adorei o encontro!
    "....Sentiu-se como se houvesse dormido um longo sono, e estivesse de volta ao mundo real.. um maravilhoso mundo real.."
    Muitas vezes não percebemos que a felicidade está nas coisas bem simples, estamos dormindo e deixando passar,sem valorizar, o que realmente importa. 👏💐

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    1. ....E o Marcos! Quanta atenção e gentileza, ela nem sabia mais o que era isso..😃

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    2. Viu-se confrontada com uma vida que poderia ter tido por outras escolhas...
      ... e experimentou sentimentos que nem lembrava... como terá sido assim que a porta abriu????

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    3. Acho que ela vai se sentir em casa, como se já conhecesse aquele lugar, sim, porque para ele ela sempre esteve presente....??

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  2. Amei! Como os acontecimentos e a narrativa são doces e empolgante,ficou um gostinho de quero mais, ansiosos pelos próximos capítulos.

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    1. No próximo capítulo, respostas sobre o que ela encontrou quando a porta foi aberta....!
      Bora ir na Dora pra ver se ela sabe mais alguma coisa.....!!

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  3. Etaaa, achei que ela n cairia em si ... Ufa se passa alguém e visse esses dois no ponto de ônibus, eu lia e vinha um gelo por dentro imaginando isso. Agora só vamos saber mais no próximo capítulo. Que suspense Menna quase infertei com este episódio! Maravilhoso 😂😂👏👏

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    1. Uuuufa, Liu.... cuidado....!!!! Bora relaxar comendo batatinhas no carrinho da Dora....!!!!
      Domingo que vem, o episódio que contará um pouco mais desse encontro ....!!!!!

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  4. Boa Noite Mestre! Passei O dia fora numa pequena reunião familiar. Cheguei em casa agora e antes passei na Dora e ela já não estava mais lá.
    Amanhã voltarei na Dora para ver os acontecimentos.
    .

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    1. Dora, certamente, há de ter novidades é uma deliciosa conversa que sempre acompanha as deliciosas batatinhas!!!! Bora... mora marcar de se encontrar no carrinho da Dora!

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  5. O mistério impresso em cada palavra, só aumenta o desejo dos próximos capítulos. Delicadeza dele e a expectativa dela em descobrir-se, só aumenta a sensação de déjà vu.
    Já na torcida para que venham os próximos capítulos .... Adorando o time do conto!

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    1. As coisas estão para definir-se.... é hora de saber o que ela vai encontrar... se terá ou não coragem de entrar pela porta aberta.......
      Obrigado, Denise....!!!!! Obrigado por vires visitar a Dora...!

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  6. Fiquei emocionada com o encontro desses dois.
    Espero que haja uma coragem sem medida da personagem em abandonar aquela vida que já não faz sentido para ela nem pra ninguém que vive situação parecida.
    Gostei muito, Poeta!
    Você nasceu para escrever!

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    1. Maria... acho que tu pinçaste a palavra mágica: CORAGEM....
      Tem vezes que mesmo sabendo que algo não está bom na nossa vida, não mudamos por medo; não mudamos porque a rotina mantém-nos de alguma forma seguros...
      o novo, tantas vezes assusta...
      E então, é isso: é preciso a CORAGEM para reagir à infelicidade!!! Vamos torcer juntos por ela, por ele.... vamos torcer....!!!!

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  7. Muito bom! Curiosa para o próximo capítulo! Tomara que ela descubra que o sentido da vida é seguir em frente! Tu escreves muito bem, poeta! Estou fascinada por esse conto!

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    1. Ah!, Denise.... obrigado DEMAIS... também estou achando um barato esse conto...!!! Estou grato por tê-lo começado em meio ao projeto das transmissões e estar tendo a companhia de vocês na construção desse conto!!!!!
      Bora ver o que acontecerá a partir da porta aberta...!

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  8. Muito bom, e olha que eles nem levaram as batatinhas da Dora.

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    1. Exato!!!!!! Mas lembras (capítulo 9) no dia seguinte ela vai correndo contar pra Dora.....!!!!!

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    2. Boa Noite Mestre! Fui lendo o conto aguardando ansiosa o desfecho final daquele encontro. Mas ficou apenas no abrir da porta.
      Mas o que se passou entre eles foi lindo.
      A felicidade parece que tomou conta dos dois e o que importa na vida é a simplicidade e isso parece que ela encontrou ao lado do Marcos.
      Aguardo ansiosa o nosso encontro de hoje à noite.
      Um abraço fraterno!

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    3. Olá, Salete!!!
      Hoje (dia 12 de outubro) escrevi a parte final do conto...! Eu espero de todo coração que vocês gostem!!!!
      O conto ficou com 12 partes! Eu adores escrevê-lo!!!!!!!

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  9. Agora vai. Chega de guardar tanto amor. Tanto mistério... bom ver gente chegando no blog

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    1. Muito legal, né Silvia?! E olha que estou sentindo muita falta de velhos amigos que visitavam o blogue!!!!!
      Mas é sempre um barato ver gente nova chegando!!!!!!

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  10. Poeta, Poeta...é preciso muita coragem!!!
    Vou correndo comer umas batatinhas da Dora!

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    1. Querida amiga Armelinda...? A pergunta é: agora que a porta foi aberta, ela entrará?!
      No domingo o capítulo final! Mas no próximo haverá um epílogo!!! E eu acho que ficou bem bacana!!!
      A Dora espera-te por lá!

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  11. Que linda imagem de mulher, de corpo esguio e elegantemente vestida de Jeans e All Star... De complemento, certamente vestisse uma camisa branca, de tecido fino, leve, de perfeito caimento e uma pequena bolsa na cor vermelha a se destacar na delicada vestimenta! E, naquele momento, em meio a pessoas comuns, sentiu-se segura e feliz, até mesmo para fazer o que fez... Os conselhos de Dora surtiram efeito... Muito bom!

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    1. Dra. Teresinha... acho que tu fizeste uma imagem muito linda da personagem... e, pelo teu comentário, consegui realmente passar o sentimento da personagem, o acalento, a segurança...
      Como é bom uma mensagem como a tua, que mostra que os sentimentos foram recebidos como eu realmente tentei lançar...!!!
      Obrigado, Dra. Teresinha!

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  12. Primeiro...Li todos, embora nao tenha comentado alguns...Sim essa palavra CORAGEM...Às vezes deixamos de tomar decisões por medo de sair da situação de comodismo...Amando o conto...Ansiosa para o desfecho...

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    1. Ah!, Michele, quando não vens aqui, eu sinto falta, porque tu, ao longo do tempo sempre foste uma que comentava, e centenas de vezes tu foste a primeira a comentar... daí, quando não apareces ligeiro, sinto tua falta!!!
      Domingo tem a parte final!!!

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  13. Eu amo esse blogue...Isso é fato!!!

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  14. Apaixonada, simplesmente. Sim te acompanho, impossível não fazê-lo, depois de reencontrar te neste mundo virtual. Como a tua literatura consegue reconhecer os dilemas individuais de cada um, de forma tão natural? Imaginar cenários que caibam dentro de uma narrativa,lindamente descrita e surpreendente. Independentemente de achares que contudo são a tua praia, nada, absolutamente nada, pode te afastar do desafio de 'construir' um romance. Tenho a certeza que este é o caminho dos dos homens e mulheres que tem o dom da palavra (já te disse isto). Portanto, estou a te acompanhar, porquê é um prazer ler o que escreves.
    Agora, vamos aguardar o que nos reserva os conselhos valorosos da Dora e o destino de seus aconselhados. Abração querido Lico!

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  15. Que reencontro lindo! Aguardando o próximo conto e os conselhos de Dora! Abraço

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