sexta-feira, 26 de agosto de 2016

crônica - Chorão, Furunco, Fagulha e José Filho

Chorão, Furunco, Fagulha e José Filho

Originalmente  publicado no antigo blog
"Menna Comentários", precursor deste.
Data da postagem original: 1º.04.2016.
Comentários na postagem original:  18.
Visualizações até ser retirado:  276.

O dia de trabalho já havia começado estranho…
Passadas quase três horas de viagem, e de repente ouvimos um barulho como alguma coisa coisa grande de madeira quebrando…. …e foi mesmo alguma coisa grande de madeira quebrando! 
De repente, o barco saiu do curso que estava e começou ir para o lado de uma pequena ilha, logo antes de chegar em uma agitada baía, a qual, atravessando, chega-se à sede do município de Bagre, para quem sai de Breves, no Marajó. Logo achei que era alguma coisa mais séria, porque o barco deu uma guinada a favor da correnteza e foi logo encostando na direção da ilhazinha. Comecei a me assustar de verdade quando foi chegando cada vez mais perto das árvores e o barco não fazia qualquer manobra para encostar. Daí pro “baque" foi num instante. Barulho grande de galhos quebrando e de madeira arrastando em areia. O barco deu uma parada brusca, depois se moveu um pouco, andou um pouco e parou mesmo. Não vi muita coisa, porque logo na primeira parada eu já tinha caído… o piloto e o auxiliar de máquinas não sei, mas os dois caboclos que também viajavam, estavam deitados em suas redes que balançaram bastante, mas eles nem se preocuparam em levantar-se!
A coisa grande quebrando era o leme! Daí, que o piloto, sem o leme, fez apenas desligar o motor e o barco seguiu na correnteza, até encalhar na ilha.
Quando eu me recuperei do susto, fui falar com o piloto e vi que ele não estava nem um pouco agitado como achei que deveria estar em uma situação dessas. Ele ficou procurando alguma coisa numa espécie de armário, que eu logo pensei que seriam ferramentas… 
… Era uma rede!
“Uma rede, Fumaça?” ‘Fumaça’ era o piloto do barco. "O que tu vais fazer com uma rede?”
“Deitar, doutor”.
“Hein????”
E ele foi deitar mesmo! Armou a rede na popa e deitou tranqüilo, perto dos dois caboclos que deitados estavam, deitados ficaram!
“Não se aborreça, doutor. Não tem o que fazer. Vamos esperar algum barco aparecer e pedimos prá avisar que deu prego.”
Assim! Na maior calma! Celular? Claro que não tinha sinal nenhum naquele meio de rio, na Amazônia! 
Menos de uma hora depois, de fato conseguimos ajuda. Passou uma voadeira que estava indo para Bagre e óbvio que eu me apressei a pedir carona. 
O estranho foi não me atrasar; mas o tempo que ficamos parados encalhados, a voadeira descontou movendo-se muito mais rápido do que o barco poderia navegar. 
Foi chegando em Bagre que conheci o Bob. Era o servidor que o município colocou à disposição do judiciário para fazer as vezes de meirinho. Assim que pisei no trapiche, ele foi logo pegando a mala e falando, sem nem se apresentar:
“Levou farelo na viagem, doutor? Deu prego no barco? Olha, pense numa fila de gente esperando audiência e pra falar com o senhor…”
Ele disse muito mais coisas, mas a velocidade era tão grande que eu acho que não conseguia processar a informação. Acho que entendi ele dizer que já estava todo mundo na Câmara de Vereadores que era o único local que havia para realizar as audiências em Bagre naquela época (por volta de 2008). 
“… e tem uma separação do ‘Chorão com a Gominha” e muita audiência do juizado Especial…”
Era o Bob falando ainda.
“… e o lanche vai chegar daqui há pouco…”
Essa parte do lanche, lembro que prestei atenção, porque eram quase 16 horas e eu não havia almoçado.
“… então eu levo suas coisas para o hotel e encontro o senhor em seguida."
Ufa… até foi estranho quando o Bob parou de falar!! 
Começamos pela audiência de separação. O Bob chamou, não sem antes falar alguma coisa para cada uma das pessoas que estavam esperando as suas audiências. Ele pegava o processo na mão, ia lá na frente, lia os nomes, mas chamava pelos apelidos (porque em Bagre, acho que todo mundo tem apelidos. Menos o Nik, que digita as audiências. Porque é Nik mesmo! Vamos combinar que não precisa apelido quem é registrado como Nik, né?!)
“Chorão, Gominha, passa pra audiência!” Foi assim que o Bob chamou e veio logo entregar o processo… fazendo um comentário, claro:
“Encrenca, doutor. Espera a choradeira…” 
E lembrei que o apelido do homem era “Chorão".
Foi mesmo: encrenca já na primeira! Era separação, lembram? Pois é. A separação em si, quase nunca tem muito problema, é algo até simples. Mas, havendo divisão de bens…: encrenca!
Tentamos de todas as formas dividir os bens, mas seja lá qual era a proposta para divisão dos bens, o homem começava uma choradeira:
“Assim não dá, doutor! Como vou fazer ficando só com isso? Ela quer me tirar tudo, doutor! Ela tá ficando com o que vale mais! Vou ficar na miséria, doutor. Isso não aceito”. E por aí, afora. O Chorão chorava!
Mudávamos a proposta e lá vinha ele:
“Pior ainda, doutor! Não dá. Ela quer tudo. O que eu vou fazer só com isso que vai ficar prá mim, doutor?”
Eu estava, já, para arrancar os poucos cabelos que me restam, quando a mulher, que até então não falava nada, observando tudo como quem estava há muitos anos acostumada com a mesma choradeira, falou:
“Inverte, doutor!”
“Hein?”
“Hein?”
O primeiro hein foi meu, o segundo, dele!
“Inverte.”
“Inverter o quê, senhora?” Perguntei.
“Ora, doutor, inverte que eu aceito. Se ele tá dizendo que o que está ficando pra ele não serve pra nada e eu é que estou ficando com tudo o que é bom, inverte que eu aceito ficar com a parte dele e ele fica com a minha”.
“HEIN?!” 
Agora, um "HEIN" assim, maiúsculo, foi só dele! Antes que qualquer um de nós dissesse alguma coisa, voltou a choradeira: 
“Não, doutor, mas isso não tá certo! Cada um tem que ficar com o que já tá escolhido, é só fazer um ajuste…”.
Malandrinho, né?! O problema dele era chorar eu acho. Daí, que entendi o motivo da separação. 
Pois bem. Depois da audiência do Chorão (olha aí eu já falando por apelidos!), começaram as audiências do Juizado Especial. E como eu torcia para que, “pelamordeDeus”, fosse confusão entre homens. Sim, isso mesmo: queria que a confusão fosse entre homens, porque vou dizer uma coisa: quando o problema é entre mulheres… pode apostar: não tema acordo de jeito nenhum. Ainda mais se a briga deu-se por algum homem. Aí, não tem santo que dê jeito! Já entre homens, a coisa é muito diferente. Foi o que aconteceu no caso do “Furunco”. (Eu até acho que o apelido do caboclo era pra ser “Furúnculo”, mas considerando que um é pior que outro, deixa por “Furunco” mesmo, que tá bom).
O “Furunco” havia sido furado com faca, logo abaixo do ombro, e a faca atravessou que a ponta saiu do outro lado. Mas quando o Bob chamou as partes (a vítima que era o “Furunco” e o agressor que era o “Laringe”) só apareceu o “Furunco”. 
“Farelo, doutor. O Laringe não apareceu”, comentou o Bob, entregando-me o processo.
Olhei no processo e o “Laringe”, que aliás se chamava Álvaro Antônio, não apareceu. O Bob chamou novamente, e o “Furunco” falou:
“Ele já vai passar aqui, doutor. Ficou de me dar uma carona até a praia”. 
“Hein?"
O “Furunco” ainda tinha as cicatrizes próprias de quando não é costurado de forma adequada o ferimento. Tinha foto no processo da faca atravessada no ombro! Na verdade, nem era caso de Juizado Especial pelo que mostrava nas fotos. Mas ele repetiu:
“Ele tá vindo me buscar pra dar uma carona, doutor. Posso dizer pra ele entrar e falar com o senhor, se faz questão. Mas pra mim, esse caso já está resolvido. Pode deixar assim. Dá nada não!”.
“Mas não foi o Álvaro que lhe furou?”, perguntei.
“O Laringe? Ah, foi. Mas isso foi quando ele ainda estava com a Raimunda. Depois que ela largou dele, ele parou de brigar comigo e já nos acertamos.”
Não resisti e perguntei:
“Mas tu chegaste mesmo a ficar com a Raimunda, Furunco?”
“Vai saber, doutor?! Se fiquei, é porque tava porre. Não lembro não.”
Eu disse: as coisas estavam estranhas naquele dia.
Por fim, várias audiências depois, o Bob pegou o último processo, que era, também uma briga onde, inclusive, os envolvidos passaram dois dias no xadrez da delegacia para “esfriar a cabeça”, segundo a informação que veio no expediente da polícia.
Bob foi até a porta, e chamou: 
“Fagulha, entra!”
Estranhei. O Goela só chamou um (o “Fagulha”), que entrou, sentou e ficou olhando tranqüilo pro Bob.
Eu falei:
"Chama o outro, Bob."
“Precisa não, doutor”.
“Como não precisa?! Claro que precisa, chama lá esse tal José Filho, que tô até curioso para saber qual é o apelido.”
“Precisa, não doutor”. E ele foi sentando. “O apelido do José Filho é Bob.”
Foi um dia estranho. Muito estranho.

Por Luís Augusto Menna Barreto


32 comentários:

  1. Que bom!!! Hoje tem crônica!!! São meus dias preferidos... E esta não é diferente das outras...já me deixou assustada, mas também me arrancou muitas risadas!!! Esses apelidos são cada um melhor que o outro... me divirto demais.
    "Héin"...agora digo eu: vocês vivendo quase que um naufrágio e o piloto ainda procurando rede pra dormir!!!!?? Eu teria...literalmente...entrado em pânico. O bom é que tudo terminou bem.
    Como sempre, li com a maior avidez!!! Amei!!! Espero que a próxima, seja tão boa, quanto...
    Bom dia!!!

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    1. Armelinda.....
      Não sabes como fico lisonjeado com teu comentário...
      Crônica é a parte literária que mais me deixa apreensivo, porque já nas primeiras linhas, ou ela anda, ou desanda...
      ... e morro de medo o final em cada uma. Porque a verdade é que quando eu começo a escrever, raras vezes tenho o final planejado! Daí vou escrevendo, escrevendo....... e rezo para que durante o percurso da crônica, o final apareça!!!
      E uma das minha melhores "críticas" é a secretária de casa, a Elen! Leio para ela. Quando ela ri, sei que ficou boa. Tem vezes que ela, sem cerimônia, diz-me:
      "Ah, 'Seu' Luís, esse meio não gostei, não. O final tá bom, mas tem que arrumar o meio"....
      Daí, reformulo e torno a ler pra ela!
      E teve vezes que foi depois de ela tentar falar comigo, que o final veio... foi na crônica da "Maria Sem Sossego" (ainda não foi republicada nesse blog, mas vai ser)... Eu havia parado de escrever pra tomar café, porque não tinha idéia para terminar a crônica... daí, tava pensando na crônica e a Elen tentando falar comigo, tentando..... eu sabia que ela tava ali falando alguma coisa, mas eu simplesmente estava em "outro mundo" pensando na crônica.... e foi isso: Fiz no final, exatamente como a Elen estava tentando fazer comigo!!
      ... Então, quando dizes que preferes as crônicas, eu confesso: são meus dias prediletos... .... mas ao mesmo tempo, tenho medo deles, porque crônica, é sempre imensuravelmente mais difícil!!!
      Mil obrigados!

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    2. Que legal a sua secretária!!! Me lembrou uma que tive e que me ajudava a tirar o carro da garagem.Era engraçado, eu tinha medo de bater porque o espaço era muito apertado, daí ela ficava me orientando com os braços e também fazendo muita palhaçada. Ríamos muito. Tínhamos uma cumplicidade gostosa. Tenho contato com ela até hoje pelas redes sociais. Tenho saudades.

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    3. Tem pessoas que nos marcam e passam a fazer parte de nossas vidas como da família...! A Elen é uma pessoa muito simples, que me faz aprender todos os dias... e tem uma felicidade e um humor dentro dela... vou dizer uma coisa: se para entrar no céu, tiver fila, ou se for algum lugar como um grande auditório, para esperarmos nossa vez, tenho certeza que a Elen terá um lugar lá pela frente... e eu sei que vou estar feliz em olhar, lá de longe, lá do fundinho, a Elen em um lugar bonito, sabendo que entrará antes de mim, pela generosa mão de São Pedro...!

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    4. Que lindo,Poeta!!! Que pessoa sensível e generosa é você!!!? Por isso, Deus coloca os Anjos D'Ele ao seu redor, em forma de pessoas, assim como a Elen. Sinto me privilegiada em aprender um pouquinho a cada dia com você, a ser mais generosa.

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  2. CHORÃO, FURUNCO,FAGULHA,LARINGE,GOMINHA!!!!!!!!!
    Só os nomes já nos diverte!!!!
    Como é bom ler tuas crônicas!!!
    É de uma riqueza impressionante... Já te falei uma vez e repito:"Como aprendo"...
    Obrigada querido escritor!!!!!

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    1. Obrigado fico eu, Michele!!!
      E, de fato, o Marajó é pródigo em apelidos.
      Se formos pensar bem (nunca vi li nenhum estudo sobre isso, mas sei que existe bastante), o nome nada mais é algo que nos identifica. É a primeira forma de individualização civil que temos. E, se é uma individualização, os apelidos, às vezes, cumprem ainda melhor a função, eis que muitas vezes, por eles, são retratadas algumas características. Evidentemente, há os apelidos jocosos, e os que nascem na escola, fruto das implicâncias próprias da idade... ... mas ainda assim, são merecedores de atenção. Eu, particularmente, sou um curioso por eles e sempre tento saber a origem.
      Quando a Escritora e o Poeta, junto comum grande amiga foram visitar-me no Marajó, já no primeiro dia, assistiram a uma audiência de custódia de um rapaz pego em flagrante por furto. E ele tinha um apelido! Na própria audiência perguntei a origem, exatamente como forma de demonstrar ali, para eles que estavam vivendo uma experiência nova, o dia a dia da ilha, e seus apelidos!
      A vontade que tenho é que todos os meus amigos aqui do blog, pudessem visitar-me na ilha...
      Quem sabe se um próximo encontro, não poderia ser na ilha, quem sabe no ano que vem...???

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    2. Óh...Gostei dessa ideia de conhecer a ilha!!! Como é que diz?: "Seria tri bom"!!

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    3. Poderíamos começar, devagarinho, a levar adiante a idéia......!

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    4. Sério... esse ano, teremos um primeiro encontro em Fortaleza...
      Quem sabe se desse encontro em Fortaleza, não deixamos marcado um segundo encontro, para o segundo semestre de 2017, para a ilha...?

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    5. Será uma oportunidade ótima, pra conhecer a tua rua líquida (como diz a Ana)...

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    6. Será uma oportunidade ótima, pra conhecer a tua rua líquida (como diz a Ana)...

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  3. Maravilhosa a crônica de hoje com uma espetacular riqueza de detalhes. Parabéns! Bom dia poeta.

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    1. Eunice, você por aqui... Coisa boa...

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    2. Seja muito bem vinda, amiga Eunice...como disse a Norminha que coisa boa vc por aqui...

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    3. Demorei, mas consegui Norminha, pensa numa mulher feliz rsrsrsrs

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    4. Telina querida, pensa numa luta pra conseguir essa "façanha ",UFA! Consegui. Obrigada pela receptividade moças. 😙😙

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    5. Pense num amigo feliz!!!!!
      Suuuuper bem vinda!!!
      Sempre senti tua falta por aqui, mas nunca quis questionar-te a respeito, porque poderia ser algo particular teu, em não quereres expor comentários por aqui, por exemplo...!
      Sempre vejo teus comentários pelo twitter e tento responder (embora por lá, apresente um pouco mais de dificuldade para mim)... mas estou MEGA FELIZ que tenhas vindo e mais feliz ainda, por tu já teres sido tão bem recebida por essas amigas maravilhosas!!!!

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    6. Nunca apareci por aqui pra comentar pq nunca tinha conseguido mesmo poeta.Obrigada pela receptividade e carinho de todos.

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  4. Gente, é apelido demais... Como trabalho com crianças, sou orientada a não tratá-las em sala de aula pelo apelido e sim, pelo nome. Ás vezes a criança nem sabe se está sendo chamada por um apelido. Por isso, acho estranho esse negócio de apelidos... Principalmente esses estranhos da ilha... rsrsrsrsrs

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    1. A, professora... Acho que a orientação que tens é certamente correta.
      Acho que é algo trabalhado nas crianças, hoje em dia... no meu tempo de escola, muitos tinham apelidos.. hoje, na escola do meu pequeno João, por exemplo, as crianças tratam-se pelo SOBRENOME... meu pequeno João é "Menna". Seus coleguinhas também são tratados por sobrenomes...
      No fim das contas, apelidos, somente quando são carinhosos e já vem com a orientação de casa, como o coleguinha "Kadu" (das crônicas do "Kadu")... - o apelido não é esse, é outro, mas é carinhoso -!
      Mas, no Marajó, os apelidos vão surgindo ao natural... às vezes vem de berço, outras, vão naturalmente sendo agregados conforma alguma característica da pessoa... algumas vezes, um evento em especial faz imediatamente colar um apelido.
      ... eu mesmo tenho apelido, dado por meu pai, antes mesmo de eu nascer e antes mesmo de eu ter tido um nome escolhido!!!
      NO meu caso, aconteceu um processo inverso: só virei "Luís" depois de velho...!

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    2. Desculpe poeta, mas agora fiquei MEGA curiosa pra saber seu apelido, rsrsrs pode nos dizer?

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    3. ah.... mas não tem nada de curioso ou diferente... é a maneira como meu pai (que colocava apelidos em todos) chamava-me desde antes de eu nascer... Até hoje, lá na minha querida, saudosa, distante, lendária e inesquecível Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul, meus amigos chamam-me apenas pelo apelido... acho que tem alguns que nem sabem meu nome! Meu apelido é Lico.

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  5. Dia de crônica é dia de riso!
    E para uma sexta feira, nada melhor!
    Só fiquei curiosa com o que o Bob possa ter aprontado, hahaha.
    Vê se conta depois.
    Ou é só uma coincidência de apelidos mesmo?
    Bom final de semana!

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    1. Não, mana... o Bob é o Bob mesmo, que nas outras, é o "Goela"!
      E o que ele aprontou... ah..... deixa que conto em outra crônica....!!!

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  6. Muitos risos com sua crônica, mas assim como a Elisa fiquei curiosa pra saber o que o Bob e o Fagulha aprontaram....Será que estavam porre e fizeram bagunça pela cidade????

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    1. O Bob (Goela) tem muitas histórias... (e vocês terão oportunidade de ouvi-las)!!!
      Mas vou acabar contando por aqui!!!

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  7. Que pena de mim! Não tive tempo hoje nem de comentar a crônica do meu cronista de preferência.

    Agora... estou caindo de sono.

    Beijo pra todo mundo!

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    1. Mas só o carinho de passares por aqui, mesmo com sono, e dizer boa noite, já é um presente bom!!!
      Espero que tenhas tido um bom sono...!!!!!!!!!!!
      E bom dia, Escritora!!!

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