terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

bora cronicar - Três Histórias - Uma Microcrônica

Bora Cronicar

Três Histórias - Uma Microcrônica

Às 6h da manhã, num apartamento de dois quartos e um banheiro no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, Carlos levantou quase correndo como todos os dias, mal lavou os olhos e escovou os dentes, ao mesmo tempo em que Eleonor entrava no banho. Em menos de 1h, ele estaria batendo o ponto no Hospital de Clínicas, com seu jaleco impecavelmente branco, lavado à mão por Eleonor, como ela sempre fazia! Ao terminar o banho, Carlos já teria saído para o trabalho, mas ela encontraria o café passado e o pote de requeijão ao lado do cesto do pão, que ela sempre encontrava com uma fatia já cortada para ela! Carlos não gostava de requeijão. Mas Eleonor nunca precisava pega-lo na geladeira.
Enquanto isso, em Brasília, em uma confortável casa no Lago Sul, Rodolfo apertava o controle remoto que abria o portão da garagem de onde saía com seu Jaguar branco, e, antes de ligar o rádio na CBN, ligava pela assistente de voz para Valéria, que ele sabia que estaria ainda dormindo! Com sono, ela passava o dedo na tela, e atendia o celular! Ela sabia que seria ele e que ele diria como estava o tempo, e a previsão da temperatura para o resto do dia. Ela sabia também, que antes de desligar, ele diria: “você fica linda sorrindo”! E então ela sorriria. E ele sabia que ela estaria sorrindo ao desligar o telefone! 
Neste mesmo momento, em Marituba, cidade da região metropolitana de Belém do Pará, Raimundo esperava Socorro acomodar-se sentada no ferro à frente do banco na sua antiga bicicleta barra-forte, para que ele começasse a pedalar por 6 quilômetros, levando-a até o Supermercado Preço Baixo em Ananindeua onde Socorro trabalhava. Depois, ele pedalaria de volta bem mais rápido para não se atrasar para chegar na construção do prédio onde ele era auxiliar de pedreiro! Socorro sabia que às 18h quando  ela saísse do trabalho, Raimundo estaria lá com sua bicicleta!
Estes três casais jamais se conheceriam... 
Suas histórias jamais se cruzariam! 
... e ainda assim, traduzidas em uma palavra, eram histórias iguais: __________!



PS: Hoje, permitam-me usar o espaço para dizer com todo o meu sorriso, FELIZ ANIVERSÁRIO para uma amiguinha distante: Juju (Júlia Basso)! Que o tempo seja generoso pra ti, Juju, que passe devagar, que te conserve, sempre, o sorriso na alma e no coração... 
... ah, Chanel, aguarde essa menina... A Vogue que separe suas capas....!

Luís Augusto Menna Barreto

27.2.2019

23 comentários:

  1. Perfeito!! Três histórias tão distintas,vindas de realidades tao diferentes uma das outras e no fundo todas iguais...iguais sim,jamais poderíamos julgar qual casal era o mais feliz...Cada um com sua realidade!!!E assim e a vida,cotidianos diferentes,historias diferentes que chegam todas a um denominador comum...A vida!!Essas sao as multifacetas da vida...E como sempre digo,felicidade e tao relativa...( Acho que fiz-me entender)

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    1. Ah!, Michele... fizente entender sim!!!
      E é isso mesmo: não há medida pra isso, não se mede sentimento (e eu lembro um poeta que escrever: "(...) ... amor que não se mede, não se repete, amor... (...)"
      Obrigado, guria...!

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  2. Agora que vi que repeti a palavra 'vida', trocentas vezes...
    Kkkk

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    1. Queres saber o que eu penso? Se for pra repetir, que seja VIDA!!!
      Bora que vou repetir contigo: vida, vida, vida, vida, vida, vidaaaaaaaaaaaa!!!!!!!

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  3. Parabéns amigão. Linda crônica. Valeu.
    Há diversidade de dons, de ministérios, diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos, cada um com seus talentos e suas histórias.
    (1Cor 12,4-6).

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    1. Assim como o mesmo Deus, o mesmo amor... se é que Deus e amor não se confundem...!!!
      Sim amigão, são muitas as formas de expressar... são três histórias... um só sentimento!
      Super obrigado, amigão!

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  4. Muito legal... realidades totalmente diversas e cuidados tão iguais. Quem dera essa quantidade de carinho dos parceiros fosse o cotidiano de todos os casais.

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    1. Ah!, quem dera.... mas nós aqui, tão únicos e tão iguais como os personagens das três historinhas, podemos ir fazendo nossa parte e cuidar do nosso amor, né...?
      Um baita abração, Lola!!

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  5. Três histórias, lugares diferentes, condição de vida diferentes, mas com algo em comum, o amor e o carinhoso cuidado com a parceira; quisera todos se relacionassem assim. Tão raro, em tempos que impera a violência. Linda crônica.

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    1. Bora espalhar gentilezas... o amor, penso eu, alimenta-se de pequenos gestos.. alimenta-se de respeito, cuidado... bora fazer o amor que temos perto de nós, crescer...!
      Obrigado, Nice, por seres uma visita tão constante...! Super obrigado!

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  6. Três histórias diferentemente iguais onde o homem se preocupa em demonstrar carinho para quem ama. Lindo!

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    1. Ah... mas as meninas também... Na primeira, ela lavava o jaleco dele com carinho... na segunda, ela retribuia realmente sorrindo... e na terceira, ela ia na bicicleta, sem qualquer vergonha, e o esperava todos os dias... só ela confiar nele, sabendo que ele estaria lá, já é, também, amor...!!!

      Obrigado demais, amiga Sônia, por visitares o blogue!!

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  7. Achei lindo, e tão real. Histórias lindas, que só reforçam o que eu já acreditava: a felicidade vem das coisas simples, o amor também...

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    1. E dá até pra falar de outro jeito: a felicidade ESTÁ em coisas simples e o amor também!!!
      Super obrigado pela visita!!!! Voltes sempre!!

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    1. Ah, menina... mil obrigados. Eu gostei demais de ter escrito esta, também... achei suave... eu gosto quando consigo contar histórias curtas e fazer com que tenham sentido.

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  9. Amor, três belas histórias que traduzem o amor. Amor, simplesmente amor!

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    1. Exato, amiga Tel... simplesmente amor. Amor é simples. Todo o resto a gente complica... mas o amor, é simples!

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  10. Que coisa linda essas três historias!! O verdadeiro tesouro deste mundo, não está nas coisas materiais mas naquilo que os olhos nao vêem: O AMOR...microcrônica que encanta os corações e ao mesmo tempo uma verdadeira lição de vida.

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    1. Amor é sempre gratuito... sempre imprevisível, sempre imponderável... tens razão... nada material é preciso para o amor... ele se alimenta de almas e corações.

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  11. Lendo essa crônica lembrei do livro "O viés do acaso" (não lembro o autor). Parabéns, pelo trabalho.

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    1. Barbaridade, Conrado... super obrigado...!! Sejas sempre bem vindo!!!
      Espero que o blogue seja sempre um lugar de reunião de amigos para boas conversas!!

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