Pensamentos Perdidos: O Circo - um conto de Ana Isabel Rocha Macedo
O CIRCO
(Parte 6 de 7)
ANA ISABEL ROCHA MACEDO
*Respeitável público!!!! O blog “menna em palavras” orgulhosamente apresenta um circo! Um outro CIRCO! Desta vez, descortina-se o CIRCO de Ana Isabel Rocha Macedo, que brinda o blog e seus leitores com um conto inédito que está sendo publicado em sete partes! Esta é a quinta! Venham! Comprem seus ingressos, a pipoca, a maçã do amor, as raspadinhas, o suco… venham todos!
Óh… shhhhh…… rufam os tambores… abre-se a cortina… sshhhhh…….
(Nota do “editor” Luís Augusto Menna Barreto)
VI
À noite, junto com o malabarista aprendiz, fiz minha primeira apresentação com as malabares. E não posso negar que foi um sucesso.
Um mês, dois, três... Eu já era quase uma malabarista.
Certo dia, entretanto, no momento da apresentação, ao fazer um dos movimentos com as malabares, meu olhar se deparou com o trapézio. Aí... pela primeira vez errei em público o movimento e deixei uma das peças rolar pelo chão.
Fiquei triste com o meu primeiro desacerto, assim para todos verem, no jogo do malabar. Mas continuei me apresentando.
Um mês, mais outro, cinco meses, um ano... Aí eu já era uma malabarista de verdade.
Mas havia o trapézio lá em cima que, de quando em quando, puxava o meu olhar.
Durante todo este tempo, o palhaço que me salvara dos leões, mesmo sem me dizer uma única palavra, ensinou-me a pintar a minha máscara. Entretanto, reparei que ele nunca se apresentava sem a pintura no rosto, sem o nariz de bola vermelha e sem o chapéu de três pontas que quase encobria seus olhos.
Isso me deu a ideia, que para mim foi uma libertação. Passei também a viver sempre pintada. Aí não precisei mais andar pelos cantos escuros, a fim de esconder o monstro que eu me tornara. Agora, eu era uma figura excêntrica, quase mítica. Chamava a atenção por onde passava, mas eu não era mais um horror.
Pobre menina... lembra-me o conto do Homem da Máscara de Ferro....!
ResponderExcluirAs máscaras... Elas salvam... Mas quem haverá de saber quem a personagem é por traz dela? Curioso...
ResponderExcluirSerá que esse moço não é aquele domador que a abandonou e agora por culpa quer ajuda-lá? E ela descobriu na máscara uma forma de "liberdade" e nisso uma certa felicidade.
ResponderExcluirParabéns amiga Ana, cada um tem um jeito de esconder seus males. Tudo é permitido, desde que seja do bem e promova a sua alta estima.
ResponderExcluirQue bom, ela começou se aceitar! Como Ana descreve "_Chamava a atenção por onde passava, mas eu não era mais um horror."
ResponderExcluirQue bom!!! Pra tudo se dá um jeito.
ResponderExcluirEstou curiosa pra saber quem é o palhaço que a salvou duas vezes, primeiro dos leões e agora de uma vida sem precisar se esconder nos cantos escuros pelo medo de ser vista e causar espanto pelas cicatrizes que o ataque das feras causaram, cicatrizes que a vida causou em seu corpo e sua alma. Esse palhaço a salvou da morte duas vezes, morte física e morte psíquica, lhe trouxe a luz e a esperança de volta. Quem será ele, será o domador disfarçado como sugeriu nossa doce Nice?
ResponderExcluirE a artista do CIRCO e escritora.... será que aparece na sessão do domingo, já que no sábado não deu as caras...?
ResponderExcluirSim, quantas vezes as MÁSCARAS nós as usamos! E inegavelmente, há ocasiões em que elas possibilitam-nos conviver.
ResponderExcluirO que as MÁSCARAS não conseguem é esconder verdadeiramente de nós mesmos o que há de horrendo em nós.
.... mas de outro lado, acho que quase sempre sufocam muito do que temos de bom....!
ExcluirSem dúvida!
ResponderExcluirCerta feita, uma pessoa disse a uma mulher: "Você fala coisas que 'meninas' não devem falar.
E ela, a mulher, refletiu muito sobre o que ouviu... Depois... Depois, decidiu: "Não quero ser 'menina'. Quero continuar a ser MULHER.
Mas isso foi somente em uma das facetas da vida.
Sobrou um lugarzinho na arquibancada???
ResponderExcluirEsse circo me encanta!!!!❤️
Claro, Michele! Senta aqui! Eu hoje trouxe ABARÁ pra toda a turma.
ExcluirAh! Ouvi dizer que o Menna trouxe três garrafões de suco daquela fruta que na Bahia a gente chama de CAJÁ. Mas parece que no Pará ela tem outro nome. Como é mesmo? TAPEREBÁ?? É assim? Sei não!
De qualquer forma, é muito suco! Vai ser uma xixizada danada. Tem gente que vai precisar usar fralda.
Já me acomodei aqui!!!!
ResponderExcluirEu trouxe pipoca doce... Alguém gosta???
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSuco de Taperebá é uma delícia!
ResponderExcluirEu quero!
Michele, eu quero pipoca doce! Amo!!!
ResponderExcluirPôôôô!!! Tô pra morrer de sede! Cadê o Menna pra distribuir este suco de TAPEREBÁ pra gente?! Ele some... Acho que ele foi lá pra trás do circo pra beber o suco sozinho.
ResponderExcluirAh! Vai se intoxicar de tanto TAPEREBÁ!!! Que gaúcho taperebano!