A Esposa do Juiz
Originalmente publicado no antigo blog
"Menna Comentários", precursor deste.
Data da postagem original: 08.03.2016.
Comentários na postagem original: 16.
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Esta é só uma história curtinha e vou contar hoje, porque é 8 de março e é o dia internacional da mulher. Acho que não deixa de ser uma homenagem. Não como elas merecem, mas é uma homenagem!
Pois eu estava em Novo Progresso, sudoeste do Pará, com mais de 400 quilômetros de selva amazônica para qualquer lado. Naquela época, em 2005, somente se chegava em Novo Progresso, por avião, que descia em uma pista não regularizada, mas era a que tinha. Uma pista não muito larga, de piçarra, em que não descia avião maior do que monomotor. Tinha também uma pequena casinha… isso mesmo: uma casinha de um metro quadrado com uma latrina que era o banheiro. E isso junto (a pista e a casinha), era o aeroporto!
A outra única forma de chegar, era pela estrada Cuiabá-Santarém, que ficava intrafegável durante boa parte do ano. E assim mesmo, na época trafegável, somente se chegava em Novo Progresso com caminhonetes com tração nas 4 rodas.
Nas raras oportunidades que eu tinha de ir para Belém, naquela época, a opção era o avião. E eu lembro que certa vez, embarquei num avião monomotor em que ia apenas eu e o piloto, lado a lado. O tempo todo, viajamos sem perder de vista a estrada, na rota de Novo Progresso para Itaituba. Eu me lembro de ter comentado com o piloto:
“A rota é bem no caminho da estrada, até Itaituba?”
E ele respondeu:
“Na verdade, tem caminho mais reto… mas é que se dá alguma pane, a estrada é o único lugar que tem pra descer.”
Ali comecei a ficar com mais medo ainda. Mas não foi só… dali há pouco, entramos em nuvens muito grossas de chuva… foi só entrar nessas nuvens e o avizinho começou a chacoalhar para tudo que era lado… Eu tava que não me mexia nem falava nada. Morrendo de medo! Dali um pouco, senti algo que parecia água em meus pés… e era! Gritei para o piloto e mostrei pra ele a poça de água no assoalho do avião.
“Isso é normal quando chove!”, gritou-me o piloto, sem dar muita importância.
Tudo o que eu imaginei, era que pelo menos não era um navio… senão a gente afundava!
Mas, enfim, estava eu em Novo Progresso certa noite e havia um evento que agora não me lembro qual era, mas estavam as autoridades por lá: estava o Delegado, o Promotor, o Prefeito e eu, conversando em frente à sede social onde havia tido o evento. Em seguida, aproximou-se o Presidente do Lions da época, e trazia junto o filho, um garoto de uns 8 ou 9 anos.
O pai do guri apresentou a este todos nós e o garoto, como acontece muitas vezes com crianças, do nada, disse:
“Eu quero ser Delegado quando crescer”.
Achamos interessante e naturalmente “bonitinho" o guri falar aquilo. Mas em seguida ele perguntou ao Delegado:
“Mas quem manda no Delegado?”
Foi inesperado. Mas o Delegado, talvez por brincar, ou talvez por acreditar nisso, falou para o garoto, e apontou para o Promotor (até hoje um grande amigo que fiz naquelas plagas):
“Quem manda no Delegado é esse aqui, o Promotor”.
O garoto não teve dúvidas, na mesma hora, “mudou de profissão”.
“Ah, então vou ser promotor”!
Pensou mais um pouquinho, e perguntou:
“Mas quem manda no Promotor”?
Este, imediatamente entrando no espírito da brincadeira que se iniciou em função do garoto, aponta pra mim e diz:
“O Juiz. Esse aqui.”
Tudo bem, vocês adivinharam: aconteceu o óbvio. O guri perguntou:
“E quem manda no Juiz?”
Todos ficaram me olhando, esperando que resposta eu daria, já que era o último ali. Mas não demorei. Respondi na hora:
“A esposa do Juiz!”
Todos nós rimos. Eu mesmo achei uma ótima saída. Mas o guri não riu. Pareceu pensar alguns segundos. Nós, em nossa curiosidade adulta, estávamos rindo, mas a esperar como o garotinho iria sair-se desta.
Pois o moleque não se fez de rogado:
“Pois eu vou ser juiz! … mas vou ficar solteiro!”
Por Luís Augusto Menna Barreto
Esperto o garoto! rs
ResponderExcluirDemais!!!!!!!
ExcluirAdoro essa crônica kskskskksksksksk pq no final quem manda é a mulher 👩 😘😂😂😂😂
ResponderExcluirNo final..... no começo..... no meio........!!!!! rsrsrs
ExcluirMuito legal amigão. Concordo com a história pois conheço a mulher do Juiz e ela é especial, sensata e meiga leva o Juiz na conversa. Ela só tem um defeito é pão dura, ou melhor muito econômica. Há há há.
ResponderExcluirAh, exatamente!! Acertaste em todas as qualidades!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ExcluirEssa crônica é maravilhosa e gosto demais dela pq mostra a força da mulher que manda em silêncio, sem que os homens notem, mas na verdade quem manda somos nós...hahahaha...
ResponderExcluirA gente NOTA!!! Mas finge que não...!!!
ExcluirNós sabemos disso.....hahahahahaha....bom demais,vcs são maravilhosos...
ExcluirNós sabemos disso.....hahahahahaha....bom demais,vcs são maravilhosos...
ExcluirAs mulheres são muito parecidas. Só muda o endereço.
ResponderExcluir.... E os homens também, via de regra!!!! rsrsrs
ExcluirParabéns, amigo! Bela crônica! Te cuida com a patroa!!!!
ResponderExcluirViste como o garotinho enxerga longe....??
ExcluirRsrsrsrs
ResponderExcluirPois é, doutor, a Silvina tem razão! Garoto esperto!
E viva as M U L H R E S!!!
Viva SEMPRE!!!!!!
ExcluirEstou tão cansada, meu cronista predileto, que hoje não vai dar para analisar teu texto.
ResponderExcluirAh! Em minha terra, homem que é mandado pela mulher, como é o caso do juiz-personagem-narrador da tua crônica, é chamado de C A M I S O L Ã O.
A maioria deles fica com vergonha e disfarça o fato; o restante suporta a situação e leva o caso na graça.
O garoto, por exemplo, não gostou da possibilidade e fez logo a opção.
Mas deixa eu vestir logo meu camisolão que eu me assumo!!!!!!
ExcluirVendo a questão, agora, por um ângulo mais sério:
Excluirvejam que CAMISOLÃO é um nome perjorativo para o homem que é mandado pela mulher. Entretanto, não há um vocábulo perjorativo para a mulher que é mandada pelo companheiro, o que indica ser esta situação considerada como a natural.
Por aí se vê como o uso ou não-uso da língua é reflexo direto dos valores da sociedade. No caso em questão, há expresso claramente aí um preconceito contra a mulher. Peneirando e coando, fica patente que a mulher ser a parte submissa da relação a dois faz parte da "ordem" vigente.
Conforme os meus princípios, eu como mulher que sou, desde quando escolhi não ser "cabide de marido" e atuar na vida como sujeito, jamais aceitarei que meu companheiro, por mais amor que eu lhe tenha, venha a mandar em mim.
Gostei muito da sua colocação, Ana Macedo!!! Penso que dentro de uma relação, tudo tem que ser conversado e decidido juntos, e nada de ninguém mandar em ninguém!!!!
ExcluirQue bom que você concorda comigo, Armelinda!
ExcluirE eu vou entrar e comprar essa briga com duas feministas..??? nem pensar... rsrsrsrsrsrsrsrsrs
ExcluirQue menininho esperto....
ResponderExcluirE cá pra nós...Somos nós que mandamos mesmos....
Ops....Eu não mando em ninguém não...rsrsrsrs
Ah, Michele..... Vocês mandam, até sem precisar mandar!!!!
ExcluirAh! Conheço muito bem a minha filha!!!!
ResponderExcluirTambém conheço... rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
ExcluirEla sempre foi assim e eu te avisei. Agora é tudo contigo! Abraçao
ExcluirMas é assim, com essas características que fui conquistado!
Excluir"A mulher sábia edifica sua casa;
ResponderExcluirSeus filhos se levantam para proclamá-la bem aventurada e seu marido para elogiá-lá. " (Prov.31,28)
Linda esta citação bíblica sobre a mulher.
"Ave!, cheia de graça. o Senhor é contigo..."
ExcluirDeixa o homem pensar que manda...
ResponderExcluirE, aqui pra nós:ainda vamos mandar no mundo!
Rsrsrsrs...
Deixa o homem pensar que manda...
ResponderExcluirE, aqui pra nós:ainda vamos mandar no mundo!
Rsrsrsrs...
Mulheres ... sempre as mulheres ...
ResponderExcluirMulheres ... sempre as mulheres ...
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