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Parte 3 de 4
— Olááááááá… … … … olááááááá…. Que lugar é… Não! Não tranca! Ei, volta aqui! Abre esse portão, dize-me onde devo ir…
— Hummm
— Volta… volta… ei… … ei… … Não! Vou me concentrar! Sem medo! Sem choro! Tem de haver algo nesta neblina. Alguém! Basta eu andar com cuidado… sim… ali… ali… uma porta… e barulho… atrás da porta. E ali.. deixe ver, acho que são duas almas conversando… não! Uma tem asas. Um anjo! Será aqui o lugar dos anjos? O que os dois estão conversando? Por que apontam para aquela porta? Por que o anjo parece zangado e aquela alma fala de modo tão calmo? Mais perto… mais perto… pronto, posso ouvi-los:
“Tu não deverias estar aqui!”
“Eu também acho que não.”
"Foi outra chave que te deram. Não podes entrar em outra porta. Esta chave que tens não abre outras portas.”
"Eu sei.”
“Tu deverias estar ardendo no inferno!”
“Eu recebi a condenação. Peguei a chave que me deram. Fui até a porta que me era destinada.”
"Mas não entraste. Continuas sendo um covarde. Covardes não entrarão em outra porta”.
“Nunca fui um covarde. Carreguei meus erros. Aceitei a condenação.”
“Então porque não abriste a porta e entraste no que te foi destinado pelas escolhas que fizeste? Tiveste medo! Por que não usaste a chave na porta da condenação?”
“Nunca foi o medo de entrar… foi o medo do que poderia sair que me impediu de abrir aquela porta.”
“Não podes ficar aqui! Nem ao limbo tu pertences!”
— Meu Deus! Nunca antes eu ouvi alguém falar tão alto quanto o anjo! Minha alma reverbera com o som deste seu grito!… essa luz… Como Brilha! Vai-me cegar! … Onde… onde ele está? Para onde foi o anjo?
— Para a luz…
— Por que ele gritava contigo?
— Porque ainda não usei minha chave.
— Que chave?
— A que todos ganhamos.
— Eu não tenho, ainda, chave…
— Pega a tua, cumpre tua sentença.
— Há somente uma porta, agora?
— Duas.
— Quais?
— Esta, que é minha condenação…
— E a outra?
— O portão por onde entraste.
— Não… não pode…! Apenas duas?
— Sim.
— E onde estão as chaves?
— Na mesa do juiz.
— E onde está o juiz?
— Não há juiz, só há a mesa.
— Não faz sentido. Se não há juiz, qualquer um pode pegar a chave do caminho de volta. Ninguém pegaria a chave do inferno! Quem afinal escolhe as chaves?
— Tu não entendeste, não é?
— O que há pra entender?
— Tu és o único responsável pela escolha da tua chave.
Pobre alma intacta… sentiu medo. Descobriu depois de morta, que não existiria como enganar sendo o juiz de si mesma…
(continua… esta é a parte 3 de 4)
Luís Augusto Menna Barreto
27.1.2020
Que forte!!!!"Tu és o único responsável pela escolha da tua chave"...E agora? Esse é o grande medo... Às vezes por descuido, comodismo ou até mesmo por covardia, não escolhemos bem a chave...E quando for tarde,muito tarde? Peço a Deus,todos os dias, discernimento para encontrar a porta,e que minha chave a abra...Mas sei que estou longe...muito longe...
ResponderExcluirHoje o dia é de muita reflexão!!!
Bom dia, Michele!!!! O que mais me preocupou foi o juiz! Não há como esconder de mim, o que eu próprio sei.....!
ExcluirEstou curioso pela parte final!!!!
Poeta, Poeta..."somos o Juiz de nós mesmos"! Não teremos como fugir da colheita. O que plantamos é o fator determinante desse resultado da chave. Tenho certeza...que você foi envolto por uma onda do AMOR DE DEUS, quando escolheu esse tema! Com a correria da vida, nem sempre conseguimos parar para refletir mais profundamente sobre esse assunto. Esquecemos (talvez) que estamos aqui só por um tempo e, bem breve. E precisamos nos "gastar", não só por nós mesmos, mas também pelo próximo. Acudir o outro em suas dificuldades. Estamos muito sem empatia, e a desculpa é sempre a mesma:nào tenho tempo... Daí...na hora da "porta" lá em cima, não vai adiantar gritar que a chave está errada. A verdade é essa: não podemos retornar "intáctos". Isto é muito sério.
ResponderExcluirObrigada, Poeta!!!! Aguardando a próxima parte!
Obrigado demais a ti, Armelinda!!!!
ExcluirEsse tema sempre me assusta! Parece que fico sempre adiando o dia de redimir-me, de multiplicar os dons... e minha vida (chance) está passando...!
Acho que esse conto (que era pra ter sido apenas a primeira crônica, rum comentário da nossa amiga Eunice fez virar um conto) tendido uma espécie de auto expiação...
Também estou curioso pela parte final, porque realmente, não faço ideia!!!!
Bom dia Menna! O peso do livre arbítrio não nos é concedido somente em vida na terra, mas em toda a nossa existência. Aqui neste plano somos aprendizes, e depois da morte tudo segue igual. Carregaremos a mesma energia que tínhamos antes da morte!
ResponderExcluirSomos capazes de discernir o que é certo e errado e somente a humildade pode nos fazer evoluir. Vamos ver qual será a escolha da protagonista deste conto que me fascina! Aguardando o quarto episódio!!! Parabéns por este dom que você tem escritor. O dom de prender a nossa atenção do início ao fim de uma estória! 👏👏👏👏👏👏👏
Sônia!!!!!! Tão obrigado!!!!!!
ExcluirEstou traçando um caminho cuidadoso, por um tema que não domino! São mais meus temores e a curiosidade de todos que são vivos, que me move: o que vem depois? Quem nos julgará? Acho que o julgamento por nós mesmos pode ser mais severo!
Sem dúvida Menna, Deus não perdoa nem castiga ninguém, ele sempre dá outra chance. Porque nós ama apesar do que somos, acredito que o julgamento será em termos do amor próprio que existindo se estenderá ao próximo! É o que eu estou deduzindo. Aguardando ansiosa ! 😇😉👏👏👏👏👏👏
ExcluirEu também estou ansioso pela próxima parte, para descobrir o que acontecerá...!
ExcluirNa verdade, esse conto tem sido surpreendente: eu não o "planejo"... eu apenas sento para escrever e espero pelas palavras que vem... não é um conto trabalhado no sentido de eu dar vida como quero aos personagens... eu os estou deixando livres... como se tivessem vida própria, contando-me a história!
Agora estou tão confusa qto essa alma intacta aí, viiiiixe, mais perdida que jiló em salada de frutas. Mas confio muito no direcionamento e misericórdia de Deus.
ResponderExcluirNice !!!!!! (Foram tuas perguntas na primeira parte, que me fizeram transformar o que era uma crônica curta, neste conto de 4 partes!!!!)!
ExcluirTambém estou confuso... espero para descobrir o que a última parte haverá de contar-me... e, sobretudo: TAMBÉM espero na misericórdia!!!
sem fôlego.................(pensando)..............
ResponderExcluir..........vou ali respirar.............(pensando)..
......(pensando)........já volto..................até.
Ah!, Sílvia, como é bom um comentário assim... ofegante...!!!!
ExcluirEstou gostando muito da experiência de escrever esse conto, que nasceu crônica...!
Eu decidi que seriam em 4 partes, mas a verdade é que sabia, apenas, que precisaria continuar, não havia, ainda, escrito nenhuma das partes além da primeira que deveria bastar-se em si mesma.
E agora, vendo esta pronta, acho que esse seria um bom final para o conto e tudo estaria resolvido (em termos de literatura, apenas).
Mas o fato é que também eu, quero saber onde vai chegar! Quero saber qual será a informação dos personagens... então, vou, sim, escrever a quarta parte! Só não faço idéia, ainda, de como vai ser... vou deixar pro momento em que eu for sentar pra isso!
Um super abraço, guria!
Tudo só acaba na hora que chega o fim...
ExcluirSó aqui ainda sou Guria. Obrigada.
Oi, Silvia! Legal!!! 😘
ExcluirOi Linda... Bom a gente por aqui... Bj
ExcluirMuito boa a história!
ResponderExcluirO apóstolo ensina: a fé sem obras é morta. A fé estava com quem entrou no buraco!
Que bom que este pequeno conto da alma intacta de alguma forma incomoda... a literatura justifica-se quando instiga... quando provoca, de alguma forma, reação!
Obrigado por tua história... obrigado por teu comentário... volte sempre....
Só não apareceu quem és...?!
Mas o que resta a alma intacta para recuperar o tempo perdido, se não tem mais vida para se doar aos irmãos que deixou pelo caminho?
ResponderExcluirSer o juiz de si próprio talvez seja a hora de maior sofrimento para essa alma, intacta diante de Deus.
E diante da misericórdia divina, terá o perdão de Deus aquele que mais tiver vontade de ser perdoado e mais se arrepender profundamente?
Eu mesma não sei...
Espero o desfecho na Parte IV.
Maria... eu também estou ansioso esperando.... acho que só vou saber o final, quando sentar para escrever!!!!!!
ExcluirOi, Gabi!!!!!!!
ResponderExcluirGabi Oliveira, certo? Eu me lembro!!! E olha só a coincidência: o diálogo entre o anjo e o condenado, é um diálogo incidental que eu havia publicado em 5.9.2016 é que TU COMENTASTE NO BLOGUE, em 6.9.2016!
O diálogo chama-se “... coragem!” E tu disseste que lembraste de Davi!!!
Que bom reencontrar-te, Gabi!!!!