— Vóóóóóó…
— Maria Estela, tu estás mexendo nas minhas gavetas?
— Ai, vó, a senhora sabe que adoro procurar coisas antigas suas! O que é isso?
— Ah, minha filha…
— Neta, vó!
— Isso é “batom”!
— Hein?
— Batom. Há muitos anos não fabricam mais isso! Mas quando eu era adolescente, antes da 1ª onda da grande pandemia, era muito comum!
— Como funciona.. opa, peraí, consegui tirar a tampa! E como usava isso? Era pra escrever?
— Era pra pintar os lábios, minha filha!
— Neta, vó! Pintar os lábios? Eca, que nojo! Pra quê, se ninguém nunca vê?
— Ah… o mundo era diferente… naquela época, ninguém usava máscara!
— Que horror, Vó… então… era tipo Adão e Eva? Andavam com a boca de fora?
— Tipo Adão e Eva, minha filha… o mundo, era um paraíso…
Luís Augusto Menna Barreto
9.5.2020
Obs: Para aqueles que gentilmente cadastraram-se no blogue e estão recebendo as postagens por e-mail, podem clicar no título lá em cima, em azul, ser remetido ao blogue e comentar. Cada comentário é um imenso incentivo ao blogue e à literatura, e eu respondo a todos os comentários!
Apoie a literatura. Cadastre seu e-mail para receber as postagens automaticamente em seu e-mail! Basta rolar a página até o fim, clicar na opção “Visualizar modo web”, depois ir no menu lateral direito do blogue e castrar o e-mail. As postagens serão enviadas automaticamente pelo serviço do google!
Realmente, tudo era tão bom antes das máscaras, como é bom respirar direito, isso serve para observar e agradecer o ar que respiramos. Olhando com bom humor, dá pra rir até : o povo andava como Adão e Eva, com a boca pelada kkkkkkkkkk
ResponderExcluirGostei.
Nice, eu tenho CERTEZA que essa pandemia será um divisor de "eras"... Teremos uma nova ordem, uma nova forma de trabalho, os relacionamentos haverão de modificar-se, nossa forma de consumo... tudo!
ExcluirPenso que nossos os filhos e netos do meu pequeno (não tão pequeno mais) João estudarão o mundo ANTES e DEPOIS do Corona, para entende-lo... então, pensei numa série de pequenas sátiras sobre as transformações que o mundo haverá de sofrer..! Hoje, publiquei a primeira! Haverá outras!
Acredito mesmo que depois da pandemia jamais seremos os mesmos, Poeta.
ResponderExcluirO ruim é que não usaremos batom.
Será?
Difícil aceitar!
Maria... eu concordo mesmo. Teremos um novo mundo... eu espero, que seja melhor construído por nós, melhor compreendido!
ExcluirO batom, vá lé, foi um exagero... Ah... mas o que é a vida sem aquele golinho a mais de vinho que nos faz dizer verdades???!!!
Obrigado, Maria!
Orem por nós!!! Estou apreeensiva, preocupada com Nonato, medo de me contaminar... Não tem sido dias fáceis.... Abraços!!!
ResponderExcluirQue Deus proteja você, Michele! E que o seu namorado fique bem!
ExcluirAbraços!
Estás incluída em nossas orações, Michele!
ExcluirEstamos todos apreensivos, por tudo... medo de abrir a porta, medo por quem está na rua, medo porque aqui, por exemplo, está em Lockdonw, sem que tenha sido apresentado qualquer plano efetivo, ou que se tenha esclarecido os instrumentos de medição... enfim, todos apreensivos...
Mas resisto escrevendo... que o medo não permita perdermos nossa humanidade!
Vamos ser a resistência, pelo sorriso!
Estou rezando por vocês!
Esta tua crônica, meu cronista predileto, tem um vestido de nylon fino. Contudo, por baixo, tem um corpete e uma anágua de espinhos.
ResponderExcluirTu és demais! Sabes contruir um texto cru, ferino, com linguagem e jeito doces.
PARABÉNS! Isso é para poucos.
E pelo aniversário do blog, vai o meu abraço cheio de carinho!
Ah!, escritora, como é bom encontrar-te aqui.
ExcluirÉ um presente de aniversário ao blogue!
Quanto à crônica, é o que sempre digo: escrevo, enfim... e a interpretação já me foge. A idéia, evidentemente, foi satírica! Escarnecer ao absurdo, para, quem sabe, chamar atenção ao problema real, de nossa forçada mudança de costumes. Li notícia, outro dia, que uma mulher teria espirrado em um ônibus, e estava sem máscara. Quase foi agredida, ao que parece. Precisamos reinventarmo-nos. Precisamos reaprender a viver com essa terrível ameaça que nos torna tão menos próximos, mas que precisa emprestar-nos lições severas de caridade, de solidariedade...
Enfim, obrigado, escritora Ana Isabel! Muito obrigado!
É, realmente esse vírus veio pra tirar tudo do lugar! Mudança em todos os sentidos...
ResponderExcluir"Hein"?! Baton também?!!!
Pois é... Imagina: vai acontecer com o batom, o que outro dia houve com a máquina de escrever, e em breve haverá de ser com o CD Player...
ExcluirEnfim, são novos tempos jogados em nós... sobrevivamos pra ver!
Fico imaginando como estaremos qdo deixarmos de sentir saudades do antes... De como era... De como podíamos nos tocar, nos abraçar...
ResponderExcluirEspero ansiosa pela normalidade, mas...
Será que ela vai chegar? Pensar nisso é apavorante, acho melhor pensar que tudo vai passar... Dói menos
Tudo haverá de passar.... um mundo sem abraços, é um mundo vazio!!!! Tudo há de passar!!!
ExcluirBoa noite escritor. Pois não é que em um mês de isolamento muitas coisas já não nos parecem tão absurdas! 🤔 Tenho cá pra mim, que nada nem ninguém será igual quando tudo isso passar!Adorei a naturalidade deste diálogo entre vó e neta. 👏👏👏👏👏
ResponderExcluirAcho que haverá uma nova divisão de eras: antes e depois da pandemia.....!!!!!
Excluir