quinta-feira, 14 de julho de 2016

pensamentos perdidos - O CIRCO - parte 11 de 13

Pensamentos Perdidos

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Aos 43 anos, já era dono do circo, mas jamais abandonara seu número como palhaço. Havia casado há 5 outonos, com uma contorcionista de então 24 anos de idade, muito prendada e meiga o bastante para fazer com que ele sentisse o carinho de alguém que o amava. Ela, mesmo gerando sua única filha após o segundo ano que estavam juntos, jamais preenchera (e sabia disso) o vazio de sua alma de palhaço. Porém, nunca cobrou os carinhos que ele não sabia fazer ou sentir. Viu-o fazer as primeiras caretas à filha e arrancar-lhe os primeiros risos, ainda no berço... Não viveu o bastante, entretanto, para ensiná-lo a tapar a ferida de seu coração... Deixou-o sem nem ao menos saber se ele saberia ser pai tão bem quanto sabia ser palhaço.
Sussurrou-lhe, em seu leito de morte, que ele precisava muito mais de um anjo da guarda do que de uma esposa e, por isso, morreria contente em saber que cuidaria melhor dele assim.
Nas distantes noites de um namorar não tão mútuo, ele lhe havia dito que as estrelas são furos na cortina do céu, e, do outro lado, o Criador dorme com a luz acesa.
No sinistro momento, segurando a mão da mulher que o amou, ele pediu (mesmo sem saber se ela ainda o escutava) para que ela espiasse através da maior estrela, porque ele faria seu número ao luar para que ela pudesse vê-lo e sorrir com seu palhaço.

Por Luís Augusto Menna Barreto














41 comentários:

  1. Triste...
    Aos poucos vamos percebendo que o Circo está indo embora... aperto no coração... e o palhaço triste que faz o público sorrir? Por qual caminho percorrerá? Que um anjo posso segurar-lhe nas mãos e o guiar...

    Enquanto isso, embora seja muito cedo, (é que estou de férias e sem nada pra fazer no momento) já vou sentar-me aqui na guia (como chamam) e esperar o pipoqueiro e os amigos. O dia está lindo! Vou ficar aqui observando o movimento!

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    1. O palhaço, agora, professora Norminha, há de fazer seu número ao luar, olhando estrelas.....!

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  2. Nem tem como não ficar emocionada!!

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    1. Não tem como não agradecer mil vezes tua gentileza e carinho com o texto...!

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  3. Moço!!! Ainda não cheguei para sentar na guia; ainda não vou contar história, mas não posso ver uma construção TÃO LINDA e não ressaltar:

    "(...) as estrelas são furos na cortina do céu, e, do outro lado, o Criador dorme com a luz acesa.(...)"

    QUE COISA BONIIIITA DEMAIS É ESSA???!!!!!!!

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    1. Muito bonito, Ana...muito bonito... é o que posso dizer...

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    2. Nunca mais vou olhar o céu estrelado do mesmo jeito.
      Doravante, toda vez que eu vir o céu cheio de estrelas, vou me lembrar que elas "são furos na cortina do céu, e, do outro lado, o Criador dorme com a luz acesa.(...)"

      Eta trem bonito, meu!!!

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    3. Boa noite, Sabe Ana Macedo, Lualves, Menna e todos os que estão a admirar essa cena... Sim!! Pois não há como não olhar para o céu. Eu que sou da noite (conheço-a muito bem) estou até agora em estado de flutuação... e pensando... pensando muito... por que é muito bom pensar com o apoio de uma coisa dessas....

      Parabéns, Menna!

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    4. Eu saí, hoje, do trabalho, da montanha de processos, dos papéis que são pedaços de angústias de tantas vidas, em direção ao rio... passei nos mesmo banco do canteiro de lanches em frente ao Banco do Brasil, de onde vi, sob estrelas, a ESCRITORA e o POETA destilar beleza em palavras no periscope...
      caminhei mais um pouco, e fui até o rio... lá, a noite parece mais noite... olhando ao longe pra outra margem sem luzes, havia uma cortina do céu mais furada... havia uma luz mais intensa onde o Criador estava com a luz acesa......
      Sempre imaginei a noite como um véu, como uma cortina.... e, um dia, sei que vou olhar o outro lado... quero, também, a luz acesa ao meu adormecer...!
      Quero caminhar na beira desse rio, contando estrelas com vocês...!

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  4. Caro Menna e todos que aqui estão, bom dia... eu sou muito mais do sentir do que do pensar (isso fica com o Sedrick). Entretanto, fiquei Sedrickiano o refleti muito a partir desse seu texto, nobre escritor. Eu diria que é uma linda e bela tristeza. E aih chego a conclusão definitiva de que é na arte, e tão somente nela, que a tristeza pode ser bela. Fora disso, impossível! Assim sendo, lendo sua narrativa sinto-me emocionado, tocado e feliz. Eu posso, enquanto leitor que se identifica com o texto, dizer o que é essa sentimento do vazio "do não ser mais um palhaço". É caminhar sobre a terra com um buraco no peito, a céu aberto....

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    1. É exatamente..."É na arte,e tão somente nela,que s tristeza pode ser bela"...
      Desculpe o "roubo" da frase...
      Más essa passagem me chamou atenção...

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    2. Sabias de mim, Lualves. Sabias que eu estava refletindo... Mas, igual a você, fiquei a "sentir", mas infelizmente não achei um "verbo substantivado" condizente com a palavra que ter representa no mundo para fazer uso... Resta-me, ficar em estado de...Lualves.

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    3. então, nesta "mistura" de personas, senti-me um pouco Yuri.... saí pela noite do arquipélago, noite marajoara, e descobri que toda a noite, em todo o lugar onde o sol se tenha posto, pode haver uma noite nua... ... e a mim, pareceu que quanto mais nua estivesse a noite, mais rasgos na cortina haveria.... e lá, no interior da noitenua marajoara, havia um milhão de furos.... e muita luz!

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  5. Estes meus amigos escrevem que escrevem, não acham? Vejam este texto do Lualves! Fico tão orgulhosa deles!

    Mas agora vou sentar na guia e vou continuar a contar a história que venho contando há algum tempo.

    COMUNICADO: NÃO QUERO BRIGAR COM NINGUÉM.

    Vamos lá:

    XXXXXXXXXXXXXX

    - Amanhã, tu entras no picadeiro e, junto com o aprendiz, apresentarás um número – afirmou aquilo, deu-me as costas e saiu.

    Eu não tive o que falar... Mas no dia seguinte, no meio da tarde, ele chegou no trailer acompanhado da moça que fazia a maquiagem dos artistas e do palhaço mais novo do circo.

    Estranhei o fato de, já naquela hora, o palhaço estar todo pintado. Percebi logo que ele, além de não estar disposto à conversa, pois apenas resmungara umas duas ou três palavras desde que ali entrara, também agia como se eu ali não estivesse. Não me olhava de forma alguma. Imaginei que o horror da minha aparência o afastasse de mim.

    Minha surpresa foi grande, quando, depois de certo tempo em que o malabarista explicava sobre a pintura de uma máscara em um modelo, os três voltaram-se para mim. Só aí compreendi que o modelo era eu e a máscara era para mim.

    Assim foi que a moça pintou os meus braços e o meu colo, aproveitando os queloides e construindo desenhos.

    Quando o palhaço começou o seu trabalho, vi logo que a sua tarefa era cuidar do meu rosto. Ele teria de transformar o horror da minha face em uma máscara que poderia ser olhada sem causar repulsa. E isso ele fez.

    Durante o tempo em que o palhaço em meu rosto tocava, eu de olhos fechados, refletia sobre o fato de aquelas mãos terem, um dia, me arrancado das garras das feras, e, agora, essas mesmas mãos estarem ali para amenizar o que aquelas feras me causaram. E aí eu concluía quão estranha é a vida e quão estranhos são os caminhos, nela, a serem percorridos.

    À noite, junto com o malabarista aprendiz, fiz minha primeira apresentação com as malabares. E não posso negar que foi um sucesso.

    Um mês, dois, três... Eu já era quase uma malabarista.

    Certo dia, entretanto, no momento da apresentação, ao fazer um movimento com as bolas, meu olhar se deparou com o trapézio. Aí...

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    1. Oi, escritora..... conta mais...... faltam só duas partes do palhaço.... contas mais.....!!!!
      ... entraste no globo d morte...? Atiraram facas que triscaram tua pele....??

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  6. oi pai eu te adoro com um abraço do João Menna seu filho!!!!!! ! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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    1. Filho, tu és o meu melhor amigão para sempre... e sempre vais ser... e TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA, eu vou te dizer isso, não importa de onde, não importa nem se não estivermos perto, não importa se não tivermos como falar... mas todos os dias da minha vida, eu vou te dizer isso, nem que eu peça pro vento levar as palavras até teu coração.
      ... Eu costumava dizer que tu és a melhor parte de mim mesmo... mas descobri que não... descobri que tu és a melhor parte de ti mesmo: e descobri que sou tão mais feliz sabendo que não és eu... que és tu... e que o amor que sinto é simples e incondicional...
      Meu pequeno João... ... meu melhor amigão pra sempre!

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    2. Que coisa bonita de se ver!!! Me emocionei muito vendo esta demonstração tão linda de amor entre pai e filho. Me remeteu ao tempo em que tinha o meu pai, e podia ouví-lo e também falar o quanto o amava. É isso mesmo Poeta!!! Um exemplo lindo que nos deste!!!

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  7. Eu tambem te amo abraço do joão Menna seu filho otima postagem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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    1. Quem é esse príncipe JOÃO que acaba de chegar aqui,no blog?! Sim, porque JOÃO é nome de príncipe!

      Seja bem-vindo, príncipe!!!
      Queres sentar na calçada com a gente, para ver o circo passar?
      Vem!!!!!!!!

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    2. Vou perguntar a ele se ele quer entrar na trupe.
      Acho que ele vai querer sim.

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    3. Acho que o pequeno João não sentaria na calçada... acho que ele ficaria o tempo todo pulando, correndo e tentando seguir cada artista que passasse...
      Pequeno João seria uma atração a mais para olharmos da calçada...!

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  8. Chorei!!!
    Lembrei de já ter lido algo muito parecido, ou quem sabe igual, em um outro momento deste palhaço.
    Ou terá sido outro?
    Maravilhoso!!!

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    1. Ah, mana.... espero que seja do meu garoto-palhaço.... não quero correr o risco de ter cometido plágio... !!

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  9. Tanto amor sem dor, depois um caminhar a dois. Então seguindo temos três. Formado o triângulo. Sobra um sentido por ela de ausência de senão de amor talvez carinhos ao luar. De repente ela se vai ele então que esvaziava seu amor com os outros no picadeiro lhe privada deste no conviver da maneira que ela desejava. Agora só resta desejar que ela faça o que ele deseja em forma de anjo protegê-lo através dos espaços vazios do firmamento e assim preencher seu coração.

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    1. Ah... que o preencha... Que o garoto-palhaço possa descobrir o amor, ainda que tardio, ainda que não mais podendo ser amado... mas que redescubra em si, o amor!

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  10. Hoje, só vou conseguir sentar na guia e comer amendoim cozido com a Ana Matilde, se ainda tiver. Pois a tristeza é grande!!!

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    1. Gente, também quero amendoim cozido! Nunca comi, quero sentir o sabor...

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    2. Não ficas triste... vem com a gente.... sempre damos um jeito de sorrir, ainda que na confusão das guloseimas, ainda que na confusão para pegarmos os melhores lugares quando abre o CIRCO, ainda que seja das histórias da Ana, ainda que seja da confusão que o Sedrick sempre arma, fazendo ciúmes ao LuAlves....... Vem com a gente...

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  11. Inevitável não se emocionar, ela realmente o amava, pois como escreveste, "nunca cobrou os carinhos que ele não sabia fazer ou sentir"

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    1. Ah, amiga... e sabes que eu sequer havia, ainda, prestado atenção nesta frase de forma destacada, assim, como tu o fizeste... como é boa essa releitura por outros olhos... como descubro... como me descubro...!
      Mil obrigados...!

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    2. Incrível... como é a inspiração Menna, escrevemos por inspiração, talvez por isso, não nos damos conta de muitas frases. Nossa inspiração reflete em palavras o que tentamos guardar lá no fundinho, bem escondidinho; nossos desejos, falhas, medos, qualidades! O subconsciente que tudo sabe (eu creio nisso) sutilmente nos mostra as respostas que tanto procuramos e não conseguimos encontrar...porque ela esta dentro de nós! Maravilhosa sexta feira Amigo Menna!!!

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  12. Após esse texto nunca mais olharei para as estrelas com os mesmos olhos! Vou pensar que o Criador me faz companhia nas noites negras da alma. Só uma cortina cheia de furos nos separa.

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  13. E o amigo "escrevedor" emociona-nos!

    A vida nos prepara muitos encontros, desencontros.... Sofremos, amamos, retornamos...e seguimos em frente! Com a certeza de que junto está um pedaço de cada pessoa que cruzou nosso caminho, nos tornando diferentes...

    Sem palavras para expressar minha emoção...

    ...pra sempre!

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  14. Eu só quero dizer emocionante, profundo e belo embora triste, a morte dela e sua promessa em ser seu anjo da guarda....e o céu estrelado, sempre vou lembrar do palhaço e a cortina furada onde o Criador dorme com a luz acesa...Parabéns poeta....

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    1. Sempre imaginei que se o Criador pode espiar-nos pelas estrelas, por esses mesmos furinhos podemos tentar ver o Criador!!!

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  15. Com certeza amigo, um céu estrelado é uma forma de vermos nosso Criador...as estrelas, os furinhos brilhantes nos permitem ver tudo que sonhamos....

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