bora cronicar
A Gata… e a Gata!
Esta é uma história de realidade. Qualquer ficção terá sido mera conveniência.
Ela não queria. Quando ouviu falar, negou na hora, quase por reflexo, quase sem pensar. Simplesmente não queria!
Mas daí, como é próprio dos adolescentes, ele tinha suas artimanhas: a colega, dona da gata, em prévio conluio com ele, enviou para a mãe que não queria, a foto da gata. Foi a primeira balançada. Tal qual como num ringue, a mãe sentira o primeiro golpe. Balançara. Não fora ainda, derrotada, mas acusou o golpe. Na foto, aquela gatinha de algumas semanas, de pelo branco e amarelo ouro, olhava, com olhinhos de “gato de botas”, para cima, como quem diz: “por favor, adota-me…”.
O garoto estava esforçando-se na escola. Prometeu comportamento exemplar em casa e nunca mais pedir nada até a próxima vez! Então, por ela, cederia! Mas havia, ainda, que falar com a mãe dela, avó dele… (bisavó da gata?).
— Nem pensar! Não vou ficar aguentando xixi de gato pela casa, um bicho pra arranhar os móveis…
— Eu limpo, vó!
— Ele limpa, mãe!
Ela sabia que talvez ele limpasse no primeiro dia… segundo… mas depois seria ela.
O impasse não havia sido vencido. A avó estava irredutível e ela ficava entre os argumentos sólidos da mãe e a ansiedade do filho.
A colega dele, dona da gata, dá o segundo golpe: um vídeo da gata brincando com uma bolinha de papel. Quem resistiria a isso? Como?
Ela passou a noite em claro. Amanheceu decidida a tentar convencer a mãe, avó do garoto. Mostrou o vídeo. A avó viu em silêncio. Silêncio era um bom sinal, não era? Tinha de ser! Mas não jogaria aquele silêncio fora perguntando um surrado “e aí?”. Deixou assim.
A noite seguinte veio com enxaqueca e mais apelos do garoto.
— Eu paro com as aulas de violão pra ter dinheiro para as coisas da Lucy!
Eram dois golpes seguidos: deu um nome à gatinha! E dispôs-se, ainda que não fosse durar, a abrir mão de algo que lhe importava. Era demais! Não conseguiria resistir a isso!
Na noite seguinte, mesmo sem falar com a sua mãe, avó dele, foram à pet. Compraram uma cama, caixa de areia, e até brinquedos para Lucy. Sim, Lucy! Não era mais “uma gatinha”. Já era Lucy, a Lucy, o novo membro da família!
A avó viu entrarem com todas aquelas coisas e fechou a cara. Um silêncio pesado a ser enfrentado. Mas Lucy, a doce, meiga e comportada Lucy, haveria de conquistar a avó! Mais uma noite entre sonhos, pesadelos e sonos entrecortados e, depois de trabalhar o dia inteiro ansiosa e recebendo fotos da Lucy, enviadas pelo filho e a colega dona da gata, foram, finalmente, na casa da colega buscar a Lucy.
O envolvimento fora tanto com a pequena Lucy, que ela nem havia reparado como “gata" era a colega de seu filho que, por todos aqueles dias, estreitou o contato com o garoto, por conta da adoção da Lucy.
Assim que chegaram com a Lucy, a avó olhou com alguma censura e sentou-se, como um recado, no meio do sofá. Sim, era um aviso: “aqui, nem pensar”. “Cuidem desse bicho pra lá para o quarto de vocês!”
Assim o fizeram. Depois de várias horas brincando com Lucy, adormeceram. Ela, depois de noites mal dormidas, praticamente desmaiou. Ele, depois de algumas horas no WhatsApp com a colega, agradecendo ou sabe-se lá o quê, adormeceu. A avó estava trancada em seu próprio quarto.
Quando amanheceu, havia riscos de unhas em todos os móveis. Xixi de Lucy em várias pequenas poças no chão. O sofá com vários arranhões e, como que por provocação, exatamente onde a avó havia sentado, Lucy havia arranhado mais. O amanhecer trouxe pânico à casa!
A avó não disse uma palavra, mas seus olhos estampavam a cada segundo o triunfal: “eu te disse”!
Tentaram outra noite. E outra. Houve alguma melhora. Mas Lucy foi mais forte que todos! Devolveriam Lucy.
Em meio a lágrimas, soluços e autoflagelação, Lucy fora devolvida.
O garoto não se conformava e passava horas e horas e horas ao celular com a colega que o consolava. Até que, duas noites depois, quando a mãe e a avó tomavam café, à noite, o garoto chegou em casa… trazendo a colega pela mão.
— Ela vai dormir aqui, essa noite, pra me consolar.
…
Bem, isso aconteceu há um mês mais ou menos. A colega não dormiu lá, claro!
Entre a gata e “a" gata, ficaram ficaram com Lucy!
E hoje, a Lucy já aprendeu a fazer xixi na caixa de areia e trocaram as almofadas do sofá… há até quem diga que viu Lucy no colo da avó, quando o garoto e a mãe não estavam em casa!
Luís Augusto Menna Barreto
13.6.2019
Ahhhh♥️
ResponderExcluirQue bom que aceitaram a Lucy,eu já estava ficando preocupada!! E tenho a mais absoluta das certezas que não é boato o fato de terem visto a avó do garoto com Lucy no colo...Esses bichinhos ganham nosso coração de tal forma que é impossível não amá-los...Tenho dois gatinhos e sou completamente apaixonada por eles...
Yuppy e o Téo🐈🐈
Michele!!!!!! A Lucy manda “miau” pra eles!!!!
ExcluirTambém achei que nesse momento da vida, a Lucy seria a escolha mais adequada!!!!!!
hahahaha, adorei! Lucy venceu !Como esses bichinhos enternecem nossos corações... foi uma escolha sábia ficar com a gatinha que dava menos trabalho! :)
ResponderExcluirRsrsrsrsrsrs no fim, acho que foi isso mesmo: ficaram com a que dá menos trabalho!!!!😂😅
ExcluirQue tenso é tomar a "difícil" decisão de adotar um bichinho, que apesar de alguns transtornos, trazem tanto amor e alegria. Mesmo não gostando da idéia, é inevitável se render ao carinhoso convívio,lindinho demais, o que aconteceu com a vovó rsrsrs 😍🐱😍
ResponderExcluirPois é... o fim, acontece de a mais resistente, ser a que mais se apega...!!!!
ExcluirTalvez ela não queria, justamente porque sabe que é a que mais vai se apegar!!!
Ahhh que bom que a avó aceitou. Com certeza Lucy a escolheu como mãe. Porque ela com certeza é quem cuida e limpa a caixinha de areia. Linda crônica escritor.👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirA Lucy dobrou a avó...!
ExcluirEssa gatinha tem muitos predicados... mas também causou muita confusão... acho que ela vai acabar voltando.....
Mil obrigados, Sônia... é sempre mito legal quando tu visitas o blogue!!!
E a Lucy venceu !!! Que graça!!
ResponderExcluirAqui em casa foi assim tbm . O primeiro a chegar foi o Nick. Depois veio a preta , ela tinha sido abandonada , mais tarde , vieram a Vandinha e a Rosa Maria
Vandinha andou pulando a cerca , me arranjou três filhotes, depois de muito se discutir aqui em casa, sobre doação , acabamos ficando com os três filhotinhos tbm . Enfim, 7 gatos e duas cachorras , a Penélope e a Bananinha .
❤️❤️❤️
Meu Deus!!!! Tu tens uma casa ACOLHEDORA!!!! Que coisa linda!!!!!!!!
Excluir