poesia de ver:
De longe, daqui onde olhamos, travou-se o diálogo:
“Ah, como te invejamos”, disseram as florzinhas ao 'borboleto'. “Tu és livre, tens asas… podes voar por onde queres, enquanto nós, temos de viver e morrer aqui.”
O 'borboleto', olhando aquela outra borboleta lá longe, nas flores, suspirou apenas.
“Por que suspiras?” Perguntaram as florzinhas.
“Porque quem as inveja sou eu.” Respondeu o 'borboleto'. “Mesmo com minhas asas, nunca consegui voar ao lado dela… e é sempre a vocês, sem asas, que todas as manhãs, a borboleta que amo vem beijar."
Texto por Luís Augusto Menna Barreto
Imagem por Ane Matsuura (@annematsuura)
A imagem foi feita pela artista, em sua visita ao Japão,
cidade de Hamamatsu
A imagem foi feita pela artista, em sua visita ao Japão,
cidade de Hamamatsu
E eu agora digo: _Que bela imagem, Anne! Quisera eu, tê-la feito...!" Liberdade! O que é a liberdade, se não houver responsabilidade? Quisera eu também, ter a liberdade dessa borboleta, mas... ainda tenho minhas asas presas e não posso alçar voos mais longos e demorados... Poeta, ficou tão harmoniosa essa imagem... Borboleta e flores... Encanto... Beleza... Vida... E em todo esse deslumbre, eu te abraço deixando o meu carinho! Um bom dia a todos...
ResponderExcluirProfessora.... a artista da lente Ane Matsuura (@annematsuura) - que eu sugiro que siga no twitter - tem-se mostrado de uma generosidade ímpar, ao compartilhar comigo (e permitir que eu o faça com todos), sua arte. Empresta-me sua arte e tem a virtude maior tão improvável em artistas: permite que eu retire de sua obra, a interpretação que eu faça, sem sequer me advertir de que teve esta ou aquela intenção. Uma artista dar que tão logo exibe a criação, entrega-a ao público sem amarras (tão diferente das palavras, não é professora?)
ExcluirQuanto à liberdade que te faltaria ao ter asas presas.... ah, vê o "borboleta" do texto...? Mesmo com asas, faz-se preso as flores, que é onde seu amor vem beijar... as asas, professora, talvez estejam no amor, simplesmente....
Que coisa linda! Imagem e palavras se complementam. Teu olhar sensível dá voz e vida...e tua interpretação é tão linda! Mas amor é isso: dor...
ResponderExcluirNão é não, Sylvia! Pelo menos não tem de ser. Amor não tem de ser dor. Amor tem de ser amor. E amor é um conjunto de sentimentos e sensações todos bons e gostosos de sentir.
ExcluirQuando a dor vem, é preciso rechaçá-la. Nada de cultivá-la. Porque a dor, a dor da alma, ela é matreira, se insinua e é espaçosa. Se lhe dermos vez, ela toma conta de nossa vida.
Não. Dor só serve para embelezar a retórica, auxiliar na rima, e matar o sujeito de sofrimento.
O amor? O amor não é nada disso. Posso até não saber definir o amor (também para quê?), mas sei que amor, ao contrário da dor é a delícia das delícias.
Outra certeza que tenho é que nós precisamos cultivar a vocação para ser feliz.
Eu, por exemplo, roubo os versos da grande Adélia Prado, para encerrar este meu palavreado:
"(...) Minha tristeza não tem pedigree,
Já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao mil avô (...)"
Ah, Aninha... dessa vez vou me juntar ao coro que começou com a Sylvia...
ExcluirO amor, apesar de não possuir em sua essência o peso do sofrimento, traz em boa parte de sua história, o entalhe da dor associada...
Mesmo que ele não tenha em seu nascer tal ferida, o choro aparece constantemente durante o processo que se desenvolve quando as mãos se juntam e o coração floreia dentro de cada um...
Quando o cálice é divido, o peso pode se tornar menos angustiante.
Porém, quando há apenas um (em suspiros) a desejar a atenção do outro... Ah, meu Deus! Como pode o amor, já de início, nos machucar tanto?
E como pode, tal sentimento, nos levar a mares de descobertas tão longe - dentro da gente? Possibilidades que são expostas naquele que, inocentemente, apenas queria um “olhar de retorno”...
Só sei dizer que AMOR não combina com dor... O amor tem que ser riso... abraço... liberdade...! Quando machuca, é um amor em pedaços... e amor tem que ser por inteiro...
ExcluirVerdade, amiga! Não combinam!...
ExcluirMas, infelizmente (ou felizmente?) somos seres em construção (fora os vários períodos de reformas!) e nossas fraquezas não deixam o amor vir "só" e "limpo" dentro da gente.
Ele não preenche todos os espaços porque, simplesmente, não deixamos! O ciúme, as desconfianças, o medo, as inseguranças... cada um desses fere a pureza do amor.
E, assim, ficamos com a dor (não desejada) lado a lado com o sentimento mais nobre que qualquer ser poderia experimentar...
Posso tomar assento nessa roda que Sylvia iniciou?
ExcluirEstou um pouco com a professora e a escritora (Norminha e Ana Isabel)... também não sei o que é amor... então, vou valer-me do meu personagem "Henrique" do conto "As Flores" quando diz: "Não sei ao certo o que é amor... mas certamente eu te amei".
Amor é meio assim: a gente sente... e parece ser diferente em cada um (vejam o comentário de Roberto Carlos Soares Figueiredo ali embaixo!!!) Uns querem ter asas, outros querem ter raízes... acho que o Roberto chegou mais perto: de certeza, é que o amor é nosso eu incompleto, buscando o que falta...
Quanto à dor, Sylvia e Poetisa, talvez venha de não acharmos a outra parte que se encaixe e complete-nos de forma adequada... às vezes a parte que nos falta não é totalmente preenchida... as vezes, sobra espaço... às vezes, as ranhuras de um, não encaixam nas do outro... daí a dor: de forçar essa engrenagem (se é que me permitem tão absurda metáfora - amor / engrenagem)...
Eu sei o que é o Amor! Ousadamente, sei! Não vou dizê-lo, pois não há palavras que o traduzam. Mas, afirmo: Não dói! Amor não dói! O que dói são outras coisas menores... O amor, não... Aprendi isso, após colecionar cicatrizes...
Excluir... e queria ter, eu, a sabedoria do poeta Lualves....!
ExcluirA poeta... divide com a gente.... se não for por palavras... mostra! Coloca-te a pensar... prescinda do uso de palavras, mas nos conta...!
Não acho que seja tão absurda poeta Menna. Geralmente o verdadeiro amor vem no momento em que ambos se reconhecem porque tem fendas (cicatrizes) que sendo diferentes se encaixam, simplesmente por reconhecer no outro aquilo faltava em si, eu vejo desta forma.
ExcluirLiberdade pra voar, pra amar, pra desejar enfim onde está aquela que me faz chorar por não ter como beijar. Assim a sensibilidade do desejo sem transforma num Beijo almejado se lábios pra beijar, mas com asas pra voar e talvez encontre outras borboletas com quem possa borboletar e em suas asas sonhar.
ResponderExcluirAh... e vamos descobrindo poetas...
ExcluirBora borboletear por aí, Dr. Izamir, nas asas desse seu poema...!
É preciso sua presença em Fortaleza, no encontro desses amigos que nem se conhecem...!!!!!!!
Bora logo confirmar sua presença!!
Lindezas do amor. Ė o chegar beija flor que faz o encanto.
ResponderExcluirNoriiiiiiinha!!!!!!!!!!!
ExcluirMinha amiga querida!
De amor e de bondade, tá aí uma pessoa que é doutora.
Um beijo!
Ratifico. Concordo em gênero, número e grau (e estou correndo o risco, Nora, da correção da escritora, porque em algum outro lugar, já vi ela ensinar que um dos três - gênero, número ou grau - não estaria correto).
ExcluirMas, em se tratando de ti, penso que até falta elementos para concordar.
Visita-nos pouco por aqui... mas sempre sinto a tua falta.
Quero ter certeza que estarás em Fortaleza com a gente!!!!!
#literaturaabraçafortaleza (Em 18 de novembro, em Fortaleza! Bora ir todo mundo se organizando!!)!
Uns tem asas para voar e outros a beleza para encantar. Diferentes!!! Sim, somos, mas incompletos sozinhos. Viva o encontro dos que voam com os que encantam...
ResponderExcluirRoberto... de ti, eu não esperaria nas diferente...
ExcluirAlguem como tu, que traz poesia no sorriso, que sempre tem um abraço generoso e uma palavra amiga, eu não poderia esperar menos.
Tuas duas linhas preencheram a incompletude do meu texto!
Cheguei a citar-te ali em cima, na minha participação no comentário da amiga Sylvia que, como tu, normalmente usa poucas palavras, mas que faz render muita conversa!
Mil obrigados, meu amigo!!!!
Aplausos para tuas palavras, Roberto: "viva o encontro dos que voam com os que encantam"! Ninguém é igual a ninguém. Ninguém ama igual ao outro. Nem duas pessoas que se amam têm o mesmo amor. Porém, o que importa não é a diferença, e sim, o encontro.
ExcluirDisseste bem, Roberto.
Parabéns!
Ah, escritora, como faço minhas tuas palavras ao Roberto....!!!!
ExcluirLembro de uma música dos Engenheiros do Hawaii, chamada "Ninguém é igual a Ninguém" que diz no refrão:
"Todos iguais / todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros...."
Sabe...
ResponderExcluirSerá q o amor do borboleto é impossível!? (entre nós existe o beijo borboleta..rs)
Mas daí dpois eu vi no conjunto da obra a semelhança q ela tem com a gente..
Os dois sendo amados de formas diferentes..talvez como realmente é...e, apesar dos lamentos (flor e borboleto), o contato...o amor prático está entre eles...rs
Que linda!!!
Obg...
Ahhh, Gabi.... obrigado fico eu, ficamos nós, com tua participação aqui...
ExcluirTeu comentário, tão suave, pareceu um complemento ao Roberto, ali em cima...! Para Deus, não existe coincidência... teria sido Ele que colocou os dois agrupados, o teu e o do Roberto?
Ah, como fico a ti grato, por essa gentileza!!
Mil obrigados... vem.. vem mais vezes, trazer teu jeito de ver...!
Perdão, meu POETA, usei teu espaço para cantar e decantar o divórcio do amor com a dor!
ResponderExcluirPerdão, Sylvia! Não foi conselho, viu?! Quem sou eu para dar-te conselho?! Provavelmente tu estás muito mais hábil para me aconselhar. Mas não foi, não. Foi só enlevo mesmo. Vontade de ver gente feliz, porque gente feliz faz bem.
Ah, vem sempre divorciar o que não era para estar casado...
ExcluirMais vale duas felicidades separadas do que uma união triste... o mais triste é de de uma tristeza fazem-se duas... quando acontece, era porque não se soube tentar, penso eu.....
Mas o que estou dizendo...? ah, acho que é o antibiótico...
Enfim, deixa de novo eu citar o Roberto? Amor é assim, óh: diferente... se com dor pra um, com alegria pra outro...! Às vezes, até na mesma pessoa é diferente: ama a um com dor, a outro com alegria.....
Vai saber...?
Chicó que é sábio no não saber...: "... só sei que foi assim..."!!! (Ave Suassuna!)
Antibiótico agora dá barato?! Não sabia.
ExcluirAqui nas terras em que estou o efeito vem por outros caminhos.
Por onde andas, o "barato" vem de Baco....
ExcluirFico me perguntando por que o “borboleto” ainda não se aproximou de sua amada...
ResponderExcluirSerá que, em sua angústia e timidez, pediu – indiretamente – ajuda das amigas flores, amadas e beijadas, para que cochichasse à borboleta que alguém a ama em segredo? Um tiro de mestre, desse amante oculto!
Quase vejo um novo conto, como nas Histórias Curtas, onde as possibilidades se abriram logo que um tal “borboleto” resolveu ouvir que era hora de “sacudir” a inércia presente no bater de suas asas...
Tua pergunta retumba em mim, porque nem reparei que era isso que fazia, de modo disfarçado, o "borboleta"...
ExcluirDigam aí os entendidos: fábulas só vale com animais (eu sinceramente não sei), ou pode ser de animais e plantas?...
Não sei se um conto... mas bora escrever essa fábula, poetisa? A moral da história pode ser a resposta do Roberto!
Desculpe-me por chegar sem convite... Mas adoraria ler um conto onde os personagens sejam animais plantas! Tem um samba que acho lindo, onde são esses os personagens... Vou buscar buscar o nome e trarei a vocês!!
ExcluirBoas novas do jardim, o nome da música. Espero que os inspirem! Abraço!!
ExcluirAh, Marina....
ExcluirDa minha parte, estás sempre convidada e é sempre bom quando chegas por estas bandas....
Não conhecia a música, mas faço questão de conhecer...!!!
Toda boa inspiração (existe ruim???) é bem vinda...!
Andas sumida... vem mais....!!!!
Encontro bom, esse... Vai chegando um, entra e senta... chega outro... e mais outro e de repente é um roda de conversa. Alguém traz o café!!!
ResponderExcluirOpa! Quero o meu com açúcar! (mas não precisa ser muito!)
ExcluirE se tiver um pão de queijo para acompanhar,... Hummmmm...
Eita que prosa boa, sô!
Posso pegar minha cadeira...? O café quero sempre! E são, agora, 8h e 11min do domingo... bem na hora de um café e conversas, com olhos ainda preguiçosos...
ExcluirE um pão de milho, uma cuca e um bolo de cenoura? Alguem vai na tapioquinha?
Bora chegar!
Ah, o Amor!
ResponderExcluirO amor que transforma, opera milagres, vem retratado no pedido de socorro do "Borboleto" as flores.
Como ele terá a coragem de falar com sua amada??? Fábulas??? Quem sabe poeta?
Ahhhh.....e para mim um café , sem açúcar, por favor!!!!
Que maravilha.... mais uma na nossa roda de café, observando flores e borboletas...!!!!!!!!!
ExcluirTalvez, Silvina, ele NÃO tenha coragem de falar.... talvez ela até voasse ao lado dele, se soubesse.... talvez ela voe ao lado de outros, e beije as flores, porque ele ainda não foi lá.... talvez.... talvez.... talvez...
Oh, minha AMIGA Ana, meu AMIGO Luís, eu, é que sou sortuda em tê-los em minha vida. Alguém pode retribuir diferente esses mimos? Beijos. Tomara seja possível Fortaleza. Quanto a gente tem AMIGOS assim o amor se agiganta dentro da gente.
ResponderExcluirAmém!!!!!!!!!
ExcluirAcho que é tudo recíproco....!!!!!!
Ana vai perder o café!!! Bora no circo à noite???
Bora, M. Eu trouxe beiju torrado com manteiga e queijo.
ExcluirAinda tem café?
Norinha, tô com sodade docê!
ExcluirVocê é pessoa que tem mais paciência comigo.
Aquele Jorge me deixou uma fortuna de valor incalculável: VOCÊ e o velho SABIÁ.
SALVE JORGE!
Lembras dele, POETA?
Lembro.... há um pouco dele no Pilha... notaste o dia que o Pilha "escolheu" pra ser o do seu aniversário, em uma das crônicas...??
ExcluirE viste sendo contado que São Jorge salvara o amigo do homem que baita nele??
O nome não se carrega em vão... muito do nome a gente constrói... mas algo somos construídos pelos nomes....!
Vejo está poesia como se "o borboleto" mesmo tendo asas... sente prazer e segurança visitando sempre as florzinhas que ele sabe que estarão lá, já a borboleta que ele consegue voar com ela, é livre dentro de si mesma, sem medo, ela sai da zona conforto, do caminho conhecido, para arriscar-se sempre a conhecer flores novas, novos jardins. Linda poesia de ler e sentir amigo poeta.
ResponderExcluirComo é bom, Sônia, receber de presente uma interpretação que não era a que pensamos quando escrevemos... Como é bom receber a multiplicidade de visões que se acumulam, tão diferente do que sabemos sobre o que escrevemos....
ExcluirTalvez, Sônia, seja exatamente o que falaste... ... eu apenas não havia conseguido perceber!
Eu sou é muito atrevida Amigo poeta, em buscar esclarecer o que sentem ou viver as suas personagens, perdoe , rs Leio o poema interpretando símbolos que encontro. Obrigada por permitir isso!
ExcluirAh, permito sempre!!!
ExcluirAdoro as interpretações além do que eu mesmo pretendo ao escrever!!!
Obrigado fico eu, guria!!
Menna o primeiro comentário estava sem uma palavra, corrigi e postei novamente, pode excluir o primeiro por favor? Obrigada!!!
ResponderExcluirClaaaaaro!
ExcluirOlhar o olhar do outro e fazer Poesia... ahhhhh, como eu gosto disso! Parabéns a que, primeiramente viu e eternizou o que Poesia virou. Parabéns, ao que viu a Poesia e tocado pela emoção do outro, fez-se emoção e escreveu palavras que se tornaram outra Poesia... É tanta emoção explodindo em meu olhar que fico tolo. Sabe como é isso? Ficar tolo, diante do espanto?
ResponderExcluirAdoro ficar espantado assim...... mas poderia, eu, reagir diferente, com o presente da Matsuura....??? Não há mil poesias saindo da imagem que a arte da menina Matsuura captou? Eu traduzi uma, apenas, entre mil..... sim... é bom ficar tolo assim!
ExcluirObrigado Poeta Lualves...!!!
Pois é...quando paramos de olhar para nosso umbigo percebemos a relatividade das situações e começamos o exercício da empatia.
ResponderExcluir.. e como é bom esse exercício, vendo nosso amor voar pertinho...!
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