HISTÓRIAS CURTAS
Temporada 1; capítulo 3 de 3
Temporada 1; capítulo 3 de 3
Ele, decididamente, se foi. Passou uns tempos longe. Precisava viver aquela liberdade que nem sabia se era a que almejara um dia… sequer sabia se queria ver-se livre…
Fora aquele “corre” que o impeliu… não era uma decisão que havia tomado… era quase o experimento de uma vida diferente. Estava-a vivendo com quem faz uso de uma amostra. Mas não tinha certezas.
Queria descobrir se o tempo daqueles tropeços havia chegado ao fim. Por isso, foi. O sorriso do início da corrida, sentido como uma libertação, foi-se confundindo com incertezas ao longo da corrida de vento contra o rosto.
Havia um preço por aquela amostra de vida. Um preço alto:
Um amor arrebatador. Uma amizade doce.
E sabia o tamanho de cada um desses dentro dele.
Deixando-se ir, virou-se em saudade. E tomou-se - a saudade - por companhia.
Nunca soube como a motoca saiu da frente da sua casa. Nunca pode ver quem o esperou, abriu a porta com uma lágrima no olho e encontrou a flor. Nunca pode ver que pela primeira vez, usava os sapatos que ele tanto sonhou ver em seus pés.
Não ouviu o que pela primeira vez, quem o esperou diria para si. Porque foi a primeira vez que foi esperado.
Voltando viu que poucas coisas haviam mudado naquele lugar. Ele, ao contrário, sentia-se mudado. Mas sequer tinha certeza disso.
Quando entrou novamente em sua casa, depois de tanto tempo, não havia a motoca vermelha na porta… mas havia um par de sapatos de saltos altos ao lado da cama… empoeirado…
Ele olhou os sapatos sem coragem de sequer toca-los… e com um sentimento indefinido pensou: “eu corri”…
Texto escrito a quatro mãos. Hoje, pela primeira vez, o que posto não tem texto apenas meu. A maior parte, mas sobretudo, as informações sobre a vida do personagem, foram-me trazidas pela mão suave e arrebatadora da poetiza SANDRA CARREIRO (@SandrasCarreiro)
Para ver o capítulo 2 de 3, clique AQUI!
Para ver o capítulo 1 de 3, clique AQUI!
Texto por Luís Augusto Menna Barreto & Sandra Carreiro
Texto escrito a quatro mãos. Hoje, pela primeira vez, o que posto não tem texto apenas meu. A maior parte, mas sobretudo, as informações sobre a vida do personagem, foram-me trazidas pela mão suave e arrebatadora da poetiza SANDRA CARREIRO (@SandrasCarreiro)
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"...O amor é como um raio Galopando em desafio Abre fendas, cobre vales Revolta as águas dos rios Quem tentar seguir seu rastro Se perderá no caminho Na pureza de um limão Ou na solidão do espinho O amor e a agonia Cerraram fogo no espaço Brigando horas a fio O cio vence o cansaço E o coração de quem ama Fica faltando um pedaço Que nem a lua minguando..."
ResponderExcluirQue lindo, professora...!
ExcluirMil obrigados. Está entre aspas... de quem são estes versos..???
É o trecho de uma música belíssima do Djavan chamada "Faltando um pedaço"... Só mesmo essa minha amiga tão sensível conseguiria lembrar de uma música tão impactante e tão de acordo com nossos personagens...
ExcluirBah... e somente um quase analfabeto musical como eu, pra não conhecer isso... caramba...!!!! rsrsrsrsrsrs
ExcluirSuper obrigado por me socorrer, Poetiza!!
Que pena... que o medo faz as vezes alguém fugir de si mesmo, quem sabe se não tivesse corrido... os sapatos agora não estivessem ao lado dele... nós pés de quem tanto o amou...e ainda ama...com certeza. Quem sabe as coisas não haveriam mudado? Os sapatos empoeirados pela ausência... pela dor de quem acordou sem seu amor...deixando de lado os sapatos...o que fazer com algo que só a deixava mais bonita pela constante espera de um encontro com aquele que ela amava. Aqueles sapatos de salto alto...combinavam com a cor dos sapatos que ele estaria usando no tão desejado momento do cruzar os olhos...tocar de mãos... ao ver-se sem ele, também rolou a lágrima pela face delicada, e com um amor doce deixou-lhe a flor...para que se um dia ele voltasse... não esquecesse que ela esperou por ele, do mesmo jeito, com o mesmo amor...e com lágrimas nos olhos sentou na motoca, e foi embora, chorando o encontro tão esperado... mas não consumado... quem sabe um dia, ele voltando à casa não encontrasse a coragem que tanto lhe faltou no dia em que correu...e tornasse a correr agora, não pra longe...mas para perto de quem tanto amava!
ResponderExcluirParabéns amigo e poeta, fez-me derramar lágrimas...
Ótimo domingo!!!
Se a lágrima que derramaste, amiga, foi de emoção... não não há elogio maior que me pudesses fazer. Divido essa gentileza toda que de ti recebo, com a poetiza Sandra Carreiro que já no seu comentário ao capítulo 1, fez-me repensar os destinos e reescrever o capítulo 2... e, depois, a solução única que encontrei, foi dividir o trabalho... foi contar a história a 4 mãos...
ExcluirAgradeço por mim e e por ela...
Dois mil obrigados...!!
Como disse o amigo poeta, o maior elogio para quem escreve é saber que sentimentos e sensações surgiram em seu coração ou, mesmo, em forma de lágrimas em seus olhos!
ExcluirEntão, como ele já o fez, reforço o agradecimento pelo carinho com que acompanhou essa história em quatro mãos!
É sempre uma emoção ler o que escrevem, gratificante sentir tão delicadas e sensíveis palavras, que nos levam a uma viagem maravilhosa através de letras, que nos fazem sentir amor, dor, alegria, perfume e felicidade, fascínio! Parabéns Poeta Menna e Sandra Cordeiro, pelo talento de ambos em nos fazer viver tão intensamente as personagens, e suas emoções! Abraços !!!
ExcluirFiquei sem palavras com tamanha gentileza..... Socorra-me, poetiza...!!!!!
ExcluirO rubor atingiu meu ser... Como agora agradecer?... rsrsrsrsrs
ExcluirÉ sempre uma emoção ler o que escrevem, gratificante sentir tão delicadas e sensíveis palavras, que nos levam a uma viagem maravilhosa através de letras, que nos fazem sentir amor, dor, alegria, perfume e felicidade, fascínio! Parabéns Poeta Menna e Sandra Carreiro, pelo talento de ambos em nos fazer viver tão intensamente as personagens, e suas emoções! Abraços !!!
ExcluirLindo!!!
ResponderExcluirInfelizmente conheço uma história muito parecida com essa. E, que pela falta de coragem, ao escolher fugir, não teve um final feliz.
Mas isto era vida real!!!
No mundo dos contos, quem poderá saber...
Ainda mais escrito a quatro mãos.
Parabéns poetas!!!
Ah, mana, obrigado...
Excluir... os contos do blog somente o construímos reais em nossos corações... mas os sentimentos, fazem-los todos reais em nós...!
Obrigado, mana!!
Ô, Elisa, que pena que essa cena de amor, na vida real, e como foi apresentada a vc, não deu certo...
ExcluirMas posso assegurar que pode ter outros fins, novas fases, novas possibilidades!...
O amor é imprevisível!... Surge onde menos se espera e renasce das cinzas, mesmo num susto!...
Muito obrigada pelo carinho com que compartilhou suas impressões!
Às vezes, na vida, é preciso um afastamento para que peças soltas de um mesmo quebra-cabeças possam formar a "paisagem" necessária ao crescimento do olhar.
ResponderExcluirSomos seres "mutantes", pois sempre temos a capacidade de alterar pequenas (ou mesmo grandes) falhas naquilo que, num futuro, possa parecer motivo para grandes deleites - no olhar, na fala, no toque.
Engraçado como imaginei todas as cenas! E, como numa novela - ou mesmo no descrever de vida de um amigo ou em cenas que minha vida pode permitir - pensei igual e diferente - quase ao mesmo tempo!
E é incrível como vc, meu querido amigo poeta, na sutileza das palavras empresta tanto carinho e dedicação aos personagens que surgem dentro de seu coração - e que acabam sendo um pouco de cada um de nós!
Vejo novos roteiros, vejo muitas esperanças!
No retorno ao passado que ainda precisa ser "decifrado e resolvido", a certeza de que um suspiro mais lento, um passo para o lado (e não para frente, já que a história se faz com os desvios e "tombos" que levamos), pode ser a chave para abrir enormes espaços dentro de nós, e que muitas vezes carregamos tantas tralhas alheias desnecessárias!
Alguns chamariam de fuga (como nossa amiga Elisa Ferraz comentou acima), outros de "um tempo"... e outros, ainda, de um movimento de auto-preservação para que pudesse voltar entendendo os próprios limites e sentimentos...
Tal qual um bumerangue que vai-e-volta... Na ida a certeza do retorno. E na volta, a segurança das mãos que o lançaram ao longe. (Será?) Ou uma capacidade de entendimento que, na falta dessas, o vento o lançaria para quem o quisesse realmente e de coração ao seu lado..
...
Obrigada sempre, meu amigo, pela chance que me deu ao deixar-me ver com olhos de personagem, esse que muitas vezes apenas revelam flores que existem em nossos próprios trajetos!!!
PS: Não esqueçamos que essa é apenas a Primeira Temporada! Se os personagens dessa história necessitarem ressurgir em novos roteiros, enfrentarão quatro mãos nervosas que tentarão, ao máximo, expandir em palavras e sentimentos o que realmente querem para seus destinos!
ExcluirAh, poetiza.... como deste mais brilho, mais sabor e, especialmente, mais alternativas às minhas fechadas visões dos personagens... Os destinos apresentavam-se bem diferentes destes... mas tua mão, de escrita suave e profunda, trouxe novos caminhos....
ExcluirComo eu te agradeço, guria, pela generosidade de deixar-se dividir...!
... sim... é só a primeira temporada. Eu já havia escrito uma segunda temporada... mas, agora, necessariamente, há de ser reescrita, com os novos destinos que tu emprestas com tua visão tão generosa e sensível...
Ah, vamos, sim, dividir as novas páginas desta história. Por hora, resta-me agradecer com meu melhor abraço, o sorriso mais largo e o maior "OBRIGADO" que tenho!!!
OBRIGADO, poetiza Sandra Carreito (@SandraCarreiro)
Pois é mesmo Sandra, vamos aguardar, nas outras temporadas o amor pode vencer e eles serem felizes...ou o amor doce e seguro que o mandou correr volte e seja correspondido...Vamos esperar vc e o poeta nos contar o destino deles...
ExcluirVerdade, querida Tel!
ExcluirO amor, de uma forma ou de outra, sempre vence... mas será esse o destino desses personagens? O amor quente,... a leveza do carinho amigo? Ou a solidão presente em passos lentos diante de toda uma vida de novas esperanças?
Só o tempo e a intuição poderão nos orientar a escrever as trilhas dos que nos envolvem em suas histórias (sim! São eles que nos guiam para seus destinos!).
Por agora só tenho a agradecer seu olhar carinhoso diante dos protagonistas deste enredo!
E quanto a vc, poeta! Ah!... Aceito seu abraço e seu sorriso! Amigo que o tempo me apresentou, mesmo na distância, mesmo nas inconstâncias do dia-a-dia de cada um...
Como é bom ter esse abraço, pra dividir impressões...!!!
ExcluirObrigado, Tel... Obrigado, poetiza!
Caminhar pelo mundo sem parar as vezes dificulta a arte de amar, principalmente quando a incerteza do caminho a percorrer caracteriza a ausência do sentimento verdadeiro do amor, aí, fica um vazio difícil de entender.
ResponderExcluirAh, Dr. Izamir....
Excluir... tão perdido o personagem... de fato ele caminhou incerto... mas será mesmo que este caminhar sem rumo não era uma desesperada tentativa de encontrar-se...?
Às vezes a caminhada incerta é necessária para encontrarmos a rota segura e que nos levará de volta a nós mesmo... e só assim, poderemos fazer escolhas justas ao nosso coração em conjunto com a paixão, tão necessária a completude de nossas existências!...
ExcluirÁ inconstância da alma humana reflete a busca por algo que transcende, o divino, o amor. Seria a dialética de amar ? As idas e vindas ?
ResponderExcluir"Seria a dialética de amar"...
Excluir... como quero, Dr. Jackson, devolver-te este questionamento...! Porque eu mesmo não passo nem perto desta resposta... não o saberia...!
Sei das idas e vindas... talvez muito mais das vindas, dos constantes retornos... das rotinas de volver-me, de braços abertos...... muito menos das idas...
... então? "Seria a dialética de amar...?"
O amor é difícil de explicar...deve ser sentido, profundamente!! Não deve gerar incertezas, medo e descrença, pois ao se deparar com esses sentimentos, ele escapa, foge e não dá chances de voltar, porque não está bem acompanhado!! O amor não pode ser um jogo, não compete, ele deve ser somado, regado e vivido intensamente!!! Permita-se amar e ser amado!!
ResponderExcluir"O amor não pode ser um jogo, não compete, ele deve ser somado, regado e vivido intensamente!!!"
Excluir... tão bonito e tão certo o que dizes... ... mas o quão simples é (ou deveria ser) sem se conseguir se-lo?
Quem consegue amar assim, na calma, apenas....?
E eu me lembro de uma musiquinha de letra aparentemente simples, mas que acho tão grande em profundidade:
"Quem inventou o amor
me explica por favor.
Vem e me diz o que aconteceu
faz de conta que passou...
Quem inventou o amor
me explica por favor..."
Legião Urbana
Todos pagamos um alto preço. Pra viver, amar, ser livre... Tudo ilusão... já que tudo isso é vão. Bom mesmo é ser dono de si. Mas leva tempo... Lindo mesmo! Boa a pareceria... o sapato... a constatação... de doer. Amei.
ResponderExcluirDoeu, também, ao ser escrito, acredite-me...
ExcluirA dor tornou-se suave, na companhia da poetiza Sandra Carreiro que em inestimável generosidade, dividiu, comigo o texto, o descrever das ações, o desenrolar dos dramas...!
Ah, Sylvia, sempre muito obrigado...!!!!
Como vc mesma falou, Sylvia, "leva tempo"...
ExcluirCom o nosso amadurecer é que vamos descobrindo novos horizontes...
Mas, para isso, algumas vezes (ou todas a vezes?! Como saber?) o "arranhar de joelhos" após o tropeço pode ser o empurrão que determinará nossas escolhas em busca da felicidade...
Olha só... quanta honra... obrigada à ambos pela carinhosa atenção. É valorosa essa interação. Sem dúvida uma grande parceria Menna... E concordo plenamente com Sandra quanto às quedas... rsrs realmente cada cicatriz tem sua história... e isso nos faz mais fortes. Parabéns queridos!
ExcluirParabéns aos poetas que abriram suas almas, fazendo nascer os personagens, que por vezes , somos nós mesmos. Esta delicadeza de escrita, está sensibilidade, me emocionou. Tudo parece tão real...
ResponderExcluirParabéns às quatro preciosas mãos!
Eu que agradeço (até por nós dois) a sensibilidade que vc, Silvina, nos emprestou em seu comentário!
ExcluirTambém acredito que seja mais ou menos assim: os personagens que surgem são partes de nós e de todas as histórias que nos rodeiam... É parte sua, é parte minha, é parte do nosso amigo poeta...
E nesse caminho tão árduo que, por vezes, temos que pisar, nos reencontramos em esperanças apresentadas por pessoas que tentam sempre o caminho da felicidade! E que, no final, acabam se "materializando" em sensações únicas em cada um de nós!
Mil obrigados, Silvina...
Excluir... esta delicadeza e sensibilidade, no capítulo de hoje, teve inestimável ajuda da poetiza Sandra Carreiro (@SandraCarreiro)...
Tão bom saber que tu te emocionaste... é tão bom saber que algumas vezes conseguimos, por palavras, tocar em alguém...!
Mil obrigados...!!!!!
O amor é como uma dança.Há momentos em que flui numa coreografia perfeita. Em outros is passos perdem a harmonia. Assim segue entre passos que se encontram e desencontram.
ResponderExcluir... mas como é bom estar na dança... mesmo quando erramos os passos...!!!
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